sábado, 25 de julho de 2009

Pedreiro sobrevive após ter ferro de 40 centímetros atravessado na cabeça



Habituados a atender pacientes baleados com fuzil, médicos da Emergência do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV) se impressionaram esta semana com ferimento provocado por um vergalhão.

O pedreiro Orlindo Rafael de Moraes, 61 anos, chegou à unidade quarta-feira com um ferro de 40 centímetros atravessado na cabeça e contando sua história. Apesar da gravidade do acidente numa obra em Santíssimo, ele está lúcido e passa bem.

A imagem da tomografia computadorizada em três dimensões é tão realista que os médicos ainda não mostraram a Orlindo, para não chocá-lo durante sua recuperação.

“Ele poderia ter tido uma veia ou artéria importante atingidas. Poderia ter ficado com sequelas graves ou até mesmo ter morrido, mas esse senhor realmente nasceu de novo”, afirmou o diretor da unidade, João Carlos Fernandes.



O pedreiro caiu de uma altura de seis metros. “A laje cedeu, ele bateu no beiral e caiu de lado. O vergalhão que seria usado na estrutura de um muro entrou na cabeça dele.

Na hora, fiquei desesperado”, contou o filho Lindomar de Moraes, 35 anos, que trabalha com o pai. “Não senti dor e conversei com ele o tempo todo. Eu queria até levantar, mas ele não me deixou”, relembrou o paciente.

Bombeiros cortaram o vergalhão. Ele foi retirado no HGV em cirurgia que exigiu cinco horas de trabalho de seis profissionais.

O crânio foi cortado em torno das perfurações de entrada e saída do ferro. Apesar do sucesso da intervenção, o paciente ficará internado por tempo indeterminado.

“Por enquanto, ele sente apenas dificuldade em movimentar uma das pernas, mas isso pode passar. Outras sequelas, no entanto, podem surgir. Por isso, é preciso acompanhá-lo”, explicou Fernandes.

Ontem, no Setor de Pacientes Graves do HGV, Orlindo recebeu o carinho de dois dos cinco filhos, Lindomar e Deusomar, 38.

Lindomar garante que o episódio selou a aposentadoria do pai: “Agradeço a Deus e aos médicos, e não vou mais deixá-lo trabalhar. É hora de descansar”.


Histórias de sobreviventes de faca e arpão


Pacientes que chegam com objetos encravados no crânio e saem caminhando do hospital são mais comuns do que se imagina.

Quinta-feira, recebeu alta, sem sequelas, uma mulher que deu entrada no HGV com três centímetros de faca enterrados na cabeça.

Ela fora agredida dia 13 pelo marido, na Baixada. Ao vê-la ferida, ele acreditou tê-la matado e se suicidou.

Em 28 de março, Emerson de Oliveira Abreu, 36 anos, fazia pesca submarina quando o arpão perfurou sua cabeça.

Vinte e cinco centímetros da peça ficaram presos ao crânio: milímetros o separaram da morte. Ele foi operado no Hospital de Saracuruna, em Caxias.


Fonte: O Dia Online

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