sábado, 15 de dezembro de 2012

Arqueólogos da Ufam retiram urna funerária de dois mil anos de sítio arqueológico





A urna foi levada para o laboratório de Arqueologia da Ufam, onde passará por trabalhos de remontagem de uma delas.

 
Uma equipe de arqueólogos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) retirou na quarta-feira (12) a urna funerária pré-colombiana encontrada no início deste mês em um terreno particular do conjunto Atílio Andreazza, bairro Japiim, zona Sul de Manaus.


A exumação (nome técnico para este tipo de ação) da urna foi feita por quatro arqueólogos e durou cerca de nove horas. A urna foi levada para o laboratório de Arqueologia da Ufam, onde passará por trabalhos de remontagem de uma delas.


O artefato encontrado, na realidade, é composto por dois objetos sobrepostos. Segundo o arqueólogo Carlos Augusto Silva, era deste modo que as populações nativas que moravam em Manaus antes da chegada do colonizador europeu enterravam seus mortos.


Silva contou que a urna externa está mais danificada, mas será remontada. A urna interna continua preservada.


O sítio arqueológico do conjunto Atílio Andreazza é um dos inúmeros existentes em Manaus. Ele está na categoria de “sítio-cemitério” porque aquele local, muitos séculos atrás, foi utilizado para enterrar os mortos em rituais que incluíam a calcinação dos ossos - daí o fato destes órgãos ficarem sempre fragmentados.



O local tem outras urnas funerárias, mas é possível ver apenas a sua circunferência. A estimativa de data do sítio é de dois mil anos.


O achado da urna funerária esteve às voltas de uma polêmica. É que, segundo informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os restos mortais que estavam dentro do objeto teriam sido levados por funcionários do Instituto Médico Legal (IML) sem autorização do órgão federal. O IML negou que teria feito isto.


A capital amazonense possui outro sítio-cemitério famoso, localizado no bairro Nova Cidade, na zona Norte.


No entanto, o sítio foi soterrado em função das obras do conjunto, há mais de 10 anos. Somente uma área do local foi preservada, depois de pressão do Ministério Público Federal e do Iphan, que realizou a salvaguarda de alguns artefatos.


Fonte: A Crítica

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