O português Octávio Mateus e o suíço Emanuel Tschopp, investigadores da
Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, divulgaram neste
domingo uma nova espécie de dinossauro a partir de achados escavados nos
Estados Unidos da América.
"Verificamos que este dinossauro do Jurássico
Superior [com 150 milhões de anos] que existiu na América do Norte é um
novo gênero e uma nova espécie para a ciência", afirmou à agência Lusa
Octávio Mateus, investigador e orientador da tese de doutoramento de
Emanuel Tschopp.
Octávio Mateus (na foto) e o suíço Emanuel Tschopp, investigadores da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã, divulgaram uma nova espécie de dinossauro a partir de achados escavados nos Estados Unidos da América
O 'Kaatedocus
siberi', como veio a ser designado, é um saurópode, um dinossauro de
grande porte físico de pescoço e cauda compridos.
O
paleontólogo explicou que "é semelhante a um pequeno 'diplodocus', com
12 a 14 metros de comprimento", que tinha diferenças anatômicas no
crânio e nas vértebras por comparação a outros do mesmo grupo".
Outra
das características do animal é ser "relativamente pequeno" ao
contrário de outros gêneros e espécies do mesmo grupo dos
'diplodocídeos", que eram por norma gigantescos. "Não sabemos se seria uma espécie pequena ou se seria um dinossauro juvenil", adiantou.
O
fato de ter sido descoberto entre sedimentos rochosos mais antigos do
que aqueles em que foram encontrados outros dinossauros do mesmo grupo
leva os cientistas a afirmar, mais uma vez, que "os animais tendem a
aumentar de tamanho ao longo dos anos".
A
descrição da nova espécie, que constituiu um avanço na compreensão da
família dos 'diplodocídeos', consta de um artigo que acaba de ser
publicado na última edição online do 'Journal of Systematic
Palaeontology'.
Em 1991, uma equipe de
investigadores suíços, liderada por por Hans-Jakob "Kirby" Siber,
escavou no estado do Wyoming, nos Estados Unidos da América, o crânio e o
pescoço completo "muito bem conservados" deste dinossauro.
Octávio Mateus e Emanuel Tschopp foram escolhidos pelo museu 'Sauriermuseum Aathal', da Suíça, para estudar o achado.
O
animal foi descoberto numa jazida onde veio a encontrar-se uma
"grande concentração de dinossauros, tanto herbívoros como carnívoros",
que ainda não está de todo explicada pelos cientistas.
O
dinossauro é semelhante a outros descobertos no concelho da Lourinhã,
um dos locais do país mais ricos em achados paleontológicos, o que leva
os cientistas a concluir que a existência de dinossauros semelhantes no
continente europeu e na costa portuguesa é indicadora da proximidade
entre os dois continentes há 150 milhões de anos atrás.
Fonte: Correio da Manhã
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