sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Segundo novo estudo os pterossauros saltavam para levantar voo


Os pterossauros, que podiam pesar até 230 quilos, usavam as quatro patas para criar o impulso necessário para decolar. Segundo um novo estudo, não precisavam de uma falésia nem de uma colina para começar a voar


Estes lagartos voadores extinguiram-se há 65 milhões de anos


Como é que o pterossauro, que podia pesar 230 quilos, conseguia levantar voo?

Até agora, os paleontólogos acreditavam que este lagarto voador funcionava como uma asa delta, necessitando por isso de uma colina inclinada ou de uma falésia para decolar.

Mas um novo estudo, publicado na revista alemã Zitteliana, diz que este animal extinto há 65 milhões de anos usava as quatro patas para saltar, antes de começar a bater as asas e a voar.

"Usando as quatro patas, é preciso menos de um segundo para levantar voo do chão plano, sem vento nem falésias.

Isso era uma boa coisa para se fazer se vivêssemos no Cretáceo e houvesse vários tiranossauros esfomeados à nossa volta", disse em comunicado o autor do estudo, Michael Habib, da Universidade Johns Hopkins.

Alguns estudos já tinham demonstrado que o pterossauro caminhava nas quatro patas, dobrando as asas e apoiando-se nos "cotovelos".

Habib analisou vários fósseis e chegou à conclusão de que este lagarto voador tinha "braços" mais fortes que as "pernas", ao contrário das aves (que usam as patas traseiras para se impulsionarem para o voo).

"Todos nós já vimos um pássaro levantar voo, e isso nos é familiar. Mas, com os pterossauros, o que é familiar não é relevante", indicou.

Estes preferiam saltar como um sapo, apoiando-se nas patas dianteiras, ganhando assim impulso para bater as asas e voar.

A investigação de Habib partiu da análise computacional de imagens de 20 espécies de aves, que permitiram calcular a força dos ossos e compará-la a três espécies de pterossauros.

Com cálculos matemáticos, o cientista tentou procurar um modelo que explicasse o voo usando apenas as patas traseiras e não conseguiu encontrar um.

Percebendo que este tinha os "braços" mais fortes que as "pernas", concluiu que devia usar as quatro patas.

"A ideia de que os pterossauros estavam dependentes do tempo ou da topografia do terreno para levantar voo e que não eram bons batendo as asas simplesmente não faz sentido.

Desde logo porque os fósseis dos maiores pterossauros encontram-se muitas vezes a grande distância das falésias mais próximas", afirmou Mark Witton, paleontólogo da Universidade de Portsmouth, à estação de televisão norte-americana MSNBC.

"Esta estratégia de lançamento pode, em parte, explicar como é que os pterossauros puderam ficar tão estupidamente grandes, enquanto as aves continuaram pequenas", explicou Witton.

"Se uma criatura levanta voo como uma ave, deveria apenas crescer até ser tão grande como a maior das aves", lembrou o autor do estudo, Michael Habib, da Universidade Johns Hopkins.

Fonte: Diário de Notícias

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