sábado, 8 de agosto de 2009

Experimento com pássaros confirma fábula de Esopo



Corvo usa pedras para fazer subir o nível da água em um recipiente, repetindo narrativa clássica.

Da gansa que botava ovos de ouro à corrida entre a tartaruga e a lebre, as fábulas de Esopo são famosas por ensinar lições de moral, e não por serem literalmente verdade. Mas um novo estudo mostra que pelo menos uma delas pode ser fiel aos fatos.

Trata-se da fábula do corvo sedento. O pássaro encontra uma jarra com o nível da água baixo demais para que possa alcançá-la com o bico.

O corvo então eleva o nível da água jogando pedras na jarra. Moral: devagar se vai ao longe ou, em outra interpretação, a necessidade é a mãe da invenção.

Agora, cientistas informam que um tipo de corvo que existe na Europa e na Ásia, o Corvus frugilegus, usa o mesmo truque das pedras para alcançar uma minhoca flutuante.

Os resultados de experimentos com três pássaros são publicados na edição desta quinta-feira pelo periódico Current Biology.

Vários tipos de corvo já demonstraram a capacidade de usar ferramentas, em experimentos realizados anteriormente.

O cientista Christopher Bird, da Universidade Cambridge, e um colega expuseram corvos a um tubo de plástico de 15 cm de altura, contendo água e com uma minhoca na superfície.

Os pássaros usaram o truque de jogar pedras espontaneamente, e pareceram fazer uma estimativa do número de pedras que seria necessário. Eles aprenderam, depressa, que pedras maiores funcionavam melhor.



Em comentário que acompanha o artigo que descreve o estudo, os pesquisadores Alex Taylor e Russell Gray, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, notaram que, em um experimento anterior, os mesmo pássaros haviam jogado uma única pedra num tubo, para liberar a comida presa no fundo.

Então, talvez estivessem apenas repetindo a estratégia no novo experimento.

Mas Bird argumenta que o resultado é mais significativo que isso: os corvos usaram várias pedras em vez de apenas uma antes de tentar pegar a minhoca, e foram pegá-la no alto do tubo, em vez de procurar embaixo.


Fonte: Estadão

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