Seguro do artefato era superior a R$ 130 mil. Peça foi doada ao primeiro-ministro holandês há 40 anos.
O Museu Nacional da Holanda descobriu que uma de suas peças, uma pedra que, imaginava-se, foi trazida da Lua em 1969, não é nada mais nada menos que um pedaço de madeira petrificada. O desconcertante anúncio foi feito nesta sexta-feira (28).
O museu, abrigo da obra de mestres da pintura como Rembrandt e Vermeer, herdou a peça em 1991, depois da morte do primeiro-ministro holandês Willem Drees, que a recebeu de presente das mãos do embaixador dos EUA na Holanda, William Middendorf.
A gentileza fez parte de uma “turnê mundial” dos três astronautas americanos que integraram a missão Apollo 11.
“Quando a recebemos, fizemos um seguro no valor de 50 mil euros em valores atuais (cerca de R$ 153 mil)”, informou Xandra van Gelder, da área de comunicação do Rijksmuseum de Amsterdã.
Feitos os cálculos, agora que se sabe que aquilo ali é madeira e nada mais, até que o artefato não é assim tão desprezível: vale 50 euros.
Quem deu o toque de que a pedra lunar era na realidade um tremendo mico foi um especialista em questões espaciais.
O bom senso do homem o fazia duvidar que a Nasa, a agência espacial americana, teria um desprendimento assim tão grande de abrir mão de uma raríssima amostra de material lunar só para agradar o primeiro-ministro holandês.
Geólogos e outros especialistas da Universidade de Amsterdã determinaram que a pedra, afinal, não procedia da Lua.
O resultado foi confirmado depois por uma análise microscópica do artefato, que só foi exibido ao público em duas ocasiões. O embaixador Middendorf, octogenário, não lembra de nada.
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