segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cientista italiano reproduz o Sudário de Turim

Versão em negativo do sudário de Agosto de 1978 (à esquerda), à direita a réplica



Um cientista italiano afirma ter reproduzido o Sudário de Turim, um feito que, segundo ele prova definitivamente que o linho reverenciado por alguns cristãos, como o pano que envolveu Jesus Cristo é uma falsificação medieval.

O sudário, que mede 4,36 metros de comprimento por 1,10 de de largura, carrega a imagem, estranhamente invertida como um negativo fotográfico, de um homem crucificado que alguns crentes dizem que é Cristo.

"Nós mostramos que é possível reproduzir algo que tem as mesmas características do Sudário", disse na segunda-feira Luigi Garlaschelli, que usará os resultados para ilustrar uma conferência sobre o paranormal neste fim de semana no norte da Itália.


À esquerda o sudário original, à direita a réplica de Garlaschelli



Um professor de química orgânica na Universidade de Pavia, Garlaschelli disponibilizou para a Reuters o resultado que entregará e as fotografias que acompanham a análise comparativa.

O Sudário de Turim mostra a frente e as costas de um homem barbudo, com cabelos longos, braços cruzados sobre o peito, e o pano inteiro é marcado por aquilo que parecem ser filetes de sangue de feridas nos pulsos, pés e lado.

Testes de datação por carbono de laboratórios em Oxford, Zurique e Tucson, Arizona, em 1988, causaram sensação por datarem a peça entre 1260 e 1390.

Céticos disseram que era uma fraude, feita para atrair peregrinos medievais, na época um negócio rentável.
Mas os cientistas até agora tentam explicar como a imagem foi deixada no pano.

Garlaschelli reproduziu a imagem no tamanho do sudário utilizando materiais e técnicas que estavam disponíveis na Idade Média.

Eles colocaram um voluntário em um lençol de linho e, em seguida, o esfregaram com um pigmento contendo vestígios de ácido.Uma máscara foi usada para o rosto.


Pigmento, manchas de sangue e Chamuscado


O pigmento então foi envelhecido artificialmente pelo aquecimento do tecido em um forno e lavado, um processo que retira-o da superfície, mas deixa uma imagem difusa em meio tom, semelhante à do Sudário. Ele acredita que o pigmento no Sudário original desbotou naturalmente com o tempo.

Eles então adicionaram manchas de sangue e água, queimaram buracos, e chamuscaram para alcançar o efeito final.

A Igreja Católica não afirma que o Sudário seja autêntico e nem que é uma questão de fé, mas diz que deve ser uma poderosa lembrança da paixão de Cristo.

Uma das relíquias mais disputadas do cristianismo, fica trancado na catedral de Turim, na Itália e é raramente exibido. A última exibição foi em 2000 e deverá ser mostrado novamente no próximo ano. Garlaschelli espera que as pessoas contestem as suas conclusões.

Se eles não querem acreditar na datação por carbono feita por alguns dos melhores laboratórios do mundo, certamente não irão acreditar em mim", disse ele.

A precisão dos testes de 1988 foi contestada por alguns crentes que disseram que as restaurações do Sudário nos séculos passados tinham contaminado os resultados.

A história do Sudário é longa e controversa. Após ter surgido no Oriente Médio e na França, foi colocado pela antiga família real da Itália, os Sabóia, em Turim em 1578. Em 1983, o ex-rei Umberto II legou-o para o falecido papa João Paulo II.

O Sudário quase foi destruído em 1997 quando um incêndio devastou a Capela Guarini da catedral de Turim, onde está guardado. O tecido foi salvo por um bombeiro que arriscou sua vida.

Garlaschelli recebeu financiamento para o seu trabalho de uma associação italiana de ateus e agnósticos, mas disse que não teve efeito sobre seus resultados. "Dinheiro não tem cheiro", disse ele. "Isso foi feito cientificamente. Se a Igreja quizer me financiar no futuro, eu estou aqui".


Fonte: Yahoo News



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