segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nadadeiras de golfinhos ensinam sobre hidrodinâmica

O golfinho-nariz-de-garrafa: eficiente


Sete espécies de mamíferos estudadas têm nadadeiras similares a asas de avião.

As nadadeiras que alguns mamíferos marinhos usam para se guiar sob a água têm muito em comum com as asas de aviões civis e de guerra.

Um grupo interdisciplinar de cientistas da Duke University, da West Chester University e da Academia Naval Americana recentemente descobriu, ao testar maquetes em um túnel aquático, como são similares as asas criadas por homens e as nadadeiras de mamíferos marinhos.

“O objetivo é, acima de tudo, entender melhor como o animal se movimenta e faz manobras”, afirma Laurens Howle, professor de engenharia mecânica e engenharia de materiais da Duke University e co-autor do estudo apresentado na publicação The Journal of Experimental Biology. “Essa [pesquisa] é um pequeno passo dado em uma longa estrada”.

Juntamente com seus colegas, Howles queria saber quanta energia alguns golfinhos, baleias e botos usam para vencer a água em seu caminho – uma pergunta que combina biologia e engenharia. “Um biólogo olha de dentro para fora, ao passo que um engenheiro olha de fora para dentro”, comentou Howle à ScientificAmerican.com.

Todas as sete espécies estudadas apresentaram nadadeiras relativamente imóveis que permanecem estendidas como as asas de um avião.

Dois formatos gerais foram identificados, diferenciando suas capacidades de promover sustentação e superar resistências.

As nadadeiras quase triangulares do golfinho-nariz-de-garrafa são as mais eficientes em termos de hidrodinâmica.

Esse formato permite que o golfinho “produza maior sustentação lidando com menor quantidade de resistência”.

A toninha-comum nada no lado oposto do spectrum, com nadadeiras aproximadamente duas vezes e meia menos eficientes do que as dos golfinhos-nariz-de-garrafa.


As asas triangulares de um Boeing 737 foram criadas para obter eficiência, mas “os aviões de guerra modernos têm formato mais próximo de delta”, explica Howle.

“Eles têm muita energia, então não precisam se preocupar com eficiência”. O pesquisador acrescenta que esse formato, similar ao da toninha-comum, é necessário para permitir que velocidades supersônicas sejam atingidas. “Não que os animais se preocupem com isso”.


A Marinha americana está custeando pesquisas mais aprofundadas sobre como aplicar a engenharia da natureza em sua tecnologia.

Howle não espera que as descobertas tenham influência sobre o design do próximo avião de guerra, mas um pouco de bioimitação pode melhorar os submarinos do futuro.



Fonte: Scientific American

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