Um fóssil de baleia com idade entre 12 e 13 milhões de anos foi encontrado entre as cidades de Pisco e Ica, no sul do Peru, como resultado de um esforço conjunto de paleontólogos da Universidade de Utrecht, na Holanda, e do Museu de História Natural das cidades de Roterdã, Paris, Pisa, Lima e Bruxelas.
A descrição científica da espécie, que tem comprimento estimado de 17,5 metros, foi publicada na revista ceintífica Nature.
Trata-se de uma cachalote gigante que, de acordo com as evidências encontradas, teria vivido no período conhecido como Mioceno Médio.
O animal foi batizado de Leviathan melvillei, nome derivado do hebraico Livyatan, um mítico monstro marinho, e que também homenageia Herman Melville, autor do romance Moby Dick.
Descrito a partir de um crânio 75% completo e com mandíbulas robustas, cabeça de aproximadamente três metros de comprimento e dentes superiores e inferiores que chegam a atingir 12 centímetros de diâmetro e 36 centímetros de comprimento, o fóssil foi considerado como um dos maiores predadores raptoriais, ou perseguidores, que se tem conhecimento.
Deserto do sul do Peru entre as cidades de Pisco e Ica
De acordo com o grupo de cientistas responsável pelo achado, é a primeira vez que se encontra um predador com uma mordida com o tamanho e força da Leviathan melvillei.
Por isso, uma das hipóteses do estudo é que o animal se alimentava de outras baleias, diferente dos cachalotes atuais, que, por terem uma arcada dentária menor, se alimentam de lulas e outros moluscos.
Os cientistas propõem ainda que, como predadores considerados “de topo”, ao lado do contemporâneo tubarão da espécie Carcharocles megalodon, a baleia gigante recém-descoberta provavelmente teve um impacto decisivo na estruturação das comunidades marinhas do Mioceno, período de moldagem da fauna e flora do planeta, compreendido entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás.
O Museu de História Natural de Roterdã, na Holanda, deverá expor até o final do ano os moldes reconstruídos do Leviathan melvillei.
Os fragmentos originais do fóssil ficarão arquivados na coleção científica do Museu de História Natural de Lima, no Peru.
Fonte: IG
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