quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bolas de fogo atingem casas e carro em Piracicaba

Pedras quentes atingem carros e casas em Piracicaba (Foto: Divulgação)


Empresa observa que a unidade não conta com caldeira o que desmente informações referentes a explosões.

Os moradores de parte do bairro Vila Fátima se assustaram no início da tarde da terça-feira (14/12) com barulho que aconteceu nas proximidades das ruas Jordão Martins e Jules Rimet, em Piracicaba.

Sem entender muito bem o que estava acontecendo, eles foram para rua e se depararam com a presença de lascas de um material com aparência semelhante a de uma pedra, mas incandescente, vindas do céu. “Eu fiquei assustada”, diz Silvana Batista.

Outros, no entanto, ouviram barulho dentro de casa. Foi quando perceberam que a tal pedra, na verdade uma lasca de um material produzido pela siderúrgica ArcelorMittal, tinha sido lançada da parte interna de um dos pátios da empresa para as ruas mais próximas.

Pior: o material foi arremessado com força e ainda quente, atingindo as residências e danificando o que encontrasse pelo caminho.

“Essas pedras aí acertaram a casa da minha irmã. Quebrou telhas”, declarou Silvana. Os moradores estavam revoltados com os estragos provocados pelo lançamento. “Precisa ver quem vai consertar os reparos”, cobraram eles.

Nivaldo Valverde mostra que um dos pedaços do material atingiu o carro do seu filho, quebrando parte do vidro dianteiro. “Acertou o veículo e causou um prejuízo”, disse ele.

Já Claudete Sanchez contou que as lascas quebraram uma das lâmpadas da sua casa, além de algumas telhas, e o carro do marido. “Foi feia a coisa. Foram várias pedras pequeninas”, afirmou ela.

A revolta maior foi maior em relação ao perigo das lascas, incandescentes e pesadas. “Felizmente, pelo visto ninguém sofreu algo mais grave”, relatou Roseli Aparecida Guerreiro Barbosa, moradora da rua Jules Rimet, que teve duas telhas quebradas pelo impacto do material.

“Não dá para ir lá ver porque eu já consertei”, disse ela. É que com o tempo chuvoso, os moradores trataram logo de consertar as telhas e lâmpadas quebradas.

“Era uma bola de fogo quando caiu, de tão quente”, disse Roseli. Nos locais em que o material caiu, havia marcas de queimaduras. Moradores de outras regiões do bairro também reclamaram da queda das “pedras”.


OFÍCIO. A Defesa Civil de Piracicaba vai entrar em contato com a empresa para verificar a posição oficial referente ao incidente.

O secretário-executivo da Defesa Civil, Carlos Alberto Razzano, observou que a medida é necessária para se entender as razões do lançamento de um material que, por sorte, não atingiu em cheio nenhuma pessoa.


Supostamente, os moradores falaram até em explosão e, por isso, é necessário observar as condições do problema.

“Precisamos saber do que é feito o material, quais foram as circunstâncias do acontecimento, para daí verificarmos qual a medida a ser tomada”, explica.

“A questão é saber como se deu o incidente. Dependendo do que aconteceu, a Defesa Civil vai tomar as providências necessárias”, completou.

Segundo a ArcelorMittal, o que aconteceu na tarde da terça-feira (14/12) foi resultado de uma operação fora de padrão.

O especialista em Meio Ambiente da ArcelorMittal, José Alencastro de Araújo, afirmou que não houve explosões que motivaram a projeção do material.

Alencastro de Araújo lembrou que a unidade não conta com caldeira. “Não há como se falar em explosões, se não se tem uma caldeira”, declara o especialista.

Para Alencastro, a projeção do material foi causada por conta do manuseio fora do procedimento operacional, armazenado em local não adequado.

Foi na transferência dele que houve a projeção. O material é chamado de escória, que pode ser definida como uma espécie de resíduo.

“Trata-se de um material positivo”, declara Alencastro. A escória vem sendo utilizada como alternativa ambiental de construção, resultando em tijolos e blocos para piso para construção civil.

O incidente será apurado, mas Alencastro destaca que tudo é feito dentro dos procedimentos operacionais na empresa. “Foi a primeira vez que tivemos esse problema”.


Fonte: Cosmo

Um comentário:

  1. Boa tarde! Interessante a matéria, sou de Piracicaba mas não tinha conhecimento do incidente. Curioso o fato de isso ser apenas uma operação fora do padrão, pela aparência do incidente realmente o que vem em mente é alguma espécie de explosão.
    Parabéns pelo blog, estou seguindo-o.

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