sábado, 19 de novembro de 2011

Neutrinos podem ser mais rápidos do que a luz, diz novo teste


Experiência confirma resultado anterior; dados contestam teoria de Einstein.

Uma nova experiência parece ter obtido novas indicações de que Einstein pode ter se enganado ao cravar que nada poderia superar a velocidade da luz, teoria que embasa o pensamento moderno sobre o funcionamento do universo.

As novas indicações, que contestam um dogma científico que vinha se sustentando desde a publicação da teoria da relatividade por Einstein em 1905, parecem confirmar que partículas subatômicas conhecidas como neutrinos seriam capazes de velocidade algumas frações de segundo superiores à da luz.

Uma nova experiência no laboratório Gran Sasso, usando um feixe de neutrinos emitido do CERN, na Suíça, a 720 quilômetros de distância, foi realizada para verificar o resultado de uma experiência semelhante conduzida por uma equipe de cientistas em setembro passado, e recebido com ceticismo.

Cientistas do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália (INFN) anunciaram em comunicado que seus novos testes tinham por objetivo excluir um possível efeito sistêmico que poderia ter afetado a medição original.

"Uma mensuração tão delicada e que porta implicações tão profundas para a Física requer nível extraordinário de precisão", disse Fernando Ferroni, presidente do INFN.

"O resultado positivo do teste faz com que cresça nossa confiança no resultado original, ainda que a palavra final caiba a diversas mensurações análogas que estão sendo realizadas em todo o mundo", acrescentou.

Uma equipe internacional de cientistas chocou o mundo da ciência ao anunciar o resultado original, em setembro. A primeira constatação surgiu do exame de 15 mil feixes de neutrinos emitidos durante três anos pelo CERN para o laboratório do Gran Sasso, uma instalação subterrânea perto de Roma.

Os físicos que participaram da experiência, conhecida como OPERA pelas iniciais de seu título científico, disseram ter verificado os resultados iniciais repetidamente, para excluir qualquer fator que pudesse representar erro de leitura, antes de anunciar suas constatações.

Se o resultado for confirmado, cientistas dizem que as constatações podem demonstrar que Einstein, o pai da Física moderna, estava errado ao afirmar, em sua teoria geral da relatividade, que a velocidade da luz era uma "constante cósmica" e que nada podia ser mais rápido.

Isso forçaria uma grande reconsideração das teorias sobre como funciona o cosmos, e poderia significar que, em tese, é possível enviar informações ao passado.


Fonte: Estadão

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