segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Restos maias de dois mil anos são descobertos no México


Trata-se das primeiras ossadas da época anterior à chegada dos espanhóis.

Arqueólogos mexicanos descobriram restos maias do período pré-hispânico com cerca de dois mil anos de antiguidade.

Trata-se dos primeiros encontrados em Mérida, no sudeste do país, divulgou o Instituto Nacional de Antropologia e História.

A instituição indicou em comunicado que os arqueólogos encontraram há alguns dias restos de dois enterros no centro histórico de Mérida, os primeiros da época anterior à chegada dos espanhóis que se localizam na capital de Yucatán e que poderiam corresponder a um assentamento maia denominado região de Joo.

O arqueólogo Angel Góngora Salas explicou que outras ossadas encontradas anteriormente em Mérida pertencem ao período colonial e etapas posteriores, "daí a relevância dos dois enterros humanos encontrados recentemente no Parque Hidalgo", provavelmente dos períodos pré-clássico médio e tardio (600 a.C. a 250 d.C.).

Ele também detalhou que em um deles foi encontrado um esqueleto inteiro junto com cerâmica, no segundo foram encontrado restos de ossos calcinados e cinzas que estavam dentro de uma urna. Os especialistas especulam que se tratou de uma cremação.

Com a descoberta, os pesquisadores têm os primeiros elementos para estudar "costumes funerários maias nessa área", disse Salas.

Ele ressalta que os túmulos foram encontrados a pouco mais de dois metros de profundidade em uma escavação para instalar cabeamento subterrâneo.

Salas, responsável pelos trabalhos arqueológicos no centro histórico de Mérida, detalhou que o esqueleto inteiro estava em bom estado de conservação e, aparentemente, pertence a um homem que foi sepultado de cócoras e com as mãos na cabeça.

O segundo enterro estava dentro de uma urna quase completa e os restos depositados no interior parecem ter sido incinerados.

"A hipótese é que se trata de um enterro secundário, isto é, um indivíduo que foi enterrado em outro local de onde mais tarde foi retirado para cremá-lo e guardá-lo em uma vasilha, conforme a tradição maia", diz Salas.


No entanto, ele esclareceu que é preciso esperar a perícia dos antropólogos para estabelecer com precisão se de fato é um enterro secundário e qual a etapa cronológica correspondente.

O especialistas lembrou que Mérida foi construída na época colonial sobre um assentamento pré-hispânico da região maia de Joo, o que sugere que os vestígios devem pertencer a esse assentamento indígena.


Fonte: Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário