Uma nova espécie de dinossauro encontrada em Madagascar, ilha da costa
Leste da África, chegou em boa hora para preencher o que especialistas
afirmam ser um elo perdido entre os registros de fósseis do país.
Anunciado ontem, o Dahalokely tokana tinha entre 2,7 e 4,3 metros de
comprimento e viveu há cerca de 90 milhões de anos.
O Dahalokely
pertence ao grupo chamado abelisauridae, de dinossauros carnívoros que
viveram nas terras ao Sul da linha do Equador.
Até agora, o enorme
intervalo de tempo entre 165 milhões e 70 milhões de anos atrás era uma
incógnita em Madagascar, pois não havia sido encontrado nenhum fóssil
de dinossauro que pertencesse ao período. A nova espécie encurta a
incerteza sobre a evolução dos répteis da região para 20 milhões de
anos.
O nome do animal pré-histórico tem origem na língua local e
significa "bandido solitário". Faz referência à dieta carnívora que os
cientistas presumem para o réptil, bem como ao fato de que ele viveu
em uma época em que as massas da Índia e Madagascar foram isoladas.
Os
fósseis do Dahalokely foram escavados entre 2007 e 2010, perto de
Antsiranana, no extremo Norte de Madagascar.
Os ossos recuperados
incluíam vértebras e costelas. Uma vez que tais áreas do esqueleto são
bastante distintas em alguns dinossauros, elas serviram para que os
pesquisadores pudessem afirmar que estavam diante de uma nova espécie.
Várias características - incluindo o formato de cavidades na lateral
das vértebras - foram tidas como únicas em comparação com qualquer
outro dinossauro.
Na época em que o réptil gigante viveu,
Madagascar estava conectada com a Índia, e as duas massas de terra
ficavam isoladas no meio do Oceano Índico.
Evidências geológicas
indicam que Índia e Madagascar se separaram há 88 milhões de anos,
pouco depois da época em que os Dahalokely viveram.
Os ossos encontrados até agora preservam uma intrigante mescla de características encontradas em dinossauros dos dois países.
"Sempre
suspeitamos que os abelisauridae estiveram em Madagascar há 90 milhões
de anos, e o Daholokely confirma essa hipótese", disse o líder da
pesquisa, Andrew Farke, do Museu Raymond M. Alf de Paleontologia, dos
Estados Unidos.
Fonte: Diario de Pernambuco
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