Impressão artística mostra armadilha de poeira que fornece porto seguro para pedras, permitindo que cresçam até atingir um tamanho que garante sua sobrevivência Foto: ESO/L. Calçada / Divulgação
Novas observações da “armadilha de poeira” em torno de uma estrela jovem solucionam mistério de longa data relativo à formação planetária.
A armadilha de poeira em torno de uma estrela jovem foi claramente
observada e modelada por astrônomos pela primeira vez, resolvendo assim
um mistério de longa data relativo ao modo como as partículas de poeira
nos discos crescem até atingirem tamanhos suficientemente grandes, que
as levem eventualmente a formarem cometas, planetas e outros corpos
rochosos.
Em uma região como essa, partículas de poeira podem crescer
juntando-se umas às outras. A observação inédita foi feita com o auxílio
do telescópio espacial Matriz Atacama de Largo Milímetro/submillímetro
(ALMA, na sigla em inglês).
Os astrônomos sabem atualmente que existem inúmeros planetas em torno de
outras estrelas, mas ainda não compreendem bem como é que esses corpos
se formam.
Existem muitos aspectos na formação de cometas, planetas e
outros corpos rochosos que permanecem um mistério.
Agora, novas
observações como essa começam a responder a uma pergunta que intriga os
cientistas: como é que pequeníssimos grãos de poeira situados no disco
em torno de uma estrela jovem crescem mais e mais, até atingirem o
tamanho de cascalho ou mesmo pedregulhos com mais de um metro? Os
resultados serão publicados na edição desta semana da revista Science.
Modelos de computador sugerem que os grãos de poeira
crescem quando colidem uns com os outros, aglutinando-se. No entanto,
quando esses grãos maiores se chocam de novo a alta velocidade, ficam
muitas vezes desfeitos em pedaços, voltando ao ponto original.
Mesmo
quando isso não acontece, os modelos mostram que os grãos maiores
rapidamente se deslocam para o interior devido à fricção entre a poeira e
o gás, caindo assim na estrela-mãe, o que não lhes deixa nenhuma
hipótese de crescer mais.
Assim, os grãos de poeira precisam de uma espécie
de porto seguro onde as partículas possam continuar a crescer até
atingirem um tamanho que lhes permita sobreviver por si mesmas. Tais
“armadilhas de poeira” foram já sugeridas, mas até agora não havia prova
observacional da sua existência.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário