quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pesquisador localiza cerâmicas funerárias em Ferreira Gomes, no AP

Urnas semelhantes às encontradas na área do Igarapé do Prata (Foto: Thaís Pucci/G1)


Professor e doutor Edinaldo Nunes Filho, pesquisador da área (Foto: Thaís Pucci/G1)


Machadinhos feitos de pedra (Foto: Thaís Pucci/G1)


Quebra-coquinhos da cultura arqueológica Koriabo (Foto: Thaís Pucci/G1)  
 
 
Área da Usina Hidrelétrica é estudada desde 2010. Escavações vão iniciar no dia 26 de junho.
 
 
O arqueólogo amapaense, professor e doutor Edinaldo Pinheiro Nunes Filho, e a equipe de arqueologia do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (CEPAP), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), descobriram peças da cultura arqueológica Koriabo, na área da Usina Hidrelétrica de Ferreira Gomes, no Rio Araguari. O lugar é estudado desde outubro de 2010.
 
 
As escavações para a retirada dos fragmentos e objetos acontecerão a partir do dia 26 de junho, quando cessam as chuvas na região.
 
 
O grupo desenvolve atividades em 16 sítios arqueológicos no Amapá. O estudo faz parte do programa de arqueologia na usina, também chamado de "Projeto de salvamento da área da Usina Hidrelétrica".


Durante uma exploração no sítio arqueológico do Igarapé do Prata, que iniciou no dia 8 de junho, pesquisadores acharam peças com mais de mil anos de existência, entre elas cerâmicas funerárias.


Foram encontrados vasilhames e urnas funerárias com a finalidade de enterrar e sepultar as cinzas dos moradores da época.


A cremação era um hábito da região, que, segundo o professor, era realizado para evitar a contaminação durante o processo de decomposição do morto. “Dentro dos objetos, achamos cinzas e ossos que não foram completamente queimados, misturados com terra”, revelou Nunes.


Segundo ele, dois processos mortuários eram realizados. “O primeiro era o sepultamento primário, com enterro e homenagem aos mortos. Depois da decomposição e apodrecimento da carne, eles desenterravam os ossos e cremavam, fazendo o sepultamento secundário ou permanente”, explicou.


Os arqueólogos encontraram também peças quebra-coquinhos, feitos de pedra, que auxiliavam na abertura de frutas, e machados, que eram utilizados para cortar peças que já foram resgatadas.



De acordo com Nunes, esta parte da região amazônica está em condições desfavoráveis para o desenvolvimento por conta das chuvas.


“A chuva nos impediu de dar prosseguimento na área de terra firme, mas retornaremos no dia 26. Levaremos aproximadamente uma semana para realizar esse trabalho, e começaremos a analisar as peças encontradas em setembro. O resultado do estudo das cerâmicas, com análise e identificações individuais deve ser concluído apenas em janeiro de 2014”, explicou.


A importância da escavação, de acordo com o professor, é a compreensão do contexto histórico e arqueológico da região. “Como eles conseguiram se adaptar ao local, e superaram as diversidades do solo pobre, com fauna e flora precária?”, questionou.




Fonte: G1

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