Uma equipe da Universidade de Lisboa e da Universidade da Cantábria descobriu uma importante sepultura do Mesolítico no sítio arqueológico das Poças de S. Bento, Alcácer do Sal.
A sepultura identificada esta semana, com cerca de 8.000 anos, parece corresponder a uma mulher jovem, depositada sobre as costas, com as pernas fortemente fletidas. (V. imagem anexa).
Esta descoberta permitirá obter informação detalhada acerca do comportamento funerário destes grupos, das suas atividades rituais, sobre as quais já se tinham obtido importantes dados em 2011, com a descoberta do enterramento de cão, mais antigo do sul da Europa.
O bom estado de conservação do esqueleto humano permitirá reconstruir diversos aspectos da vida destas populações, através da aplicação de um amplo conjunto de análises laboratoriais, desde a reconstrução da dieta através da análise dos isótopos estáveis de carbono e nitrogênio presentes nos ossos, até às análises de DNA, passando pela datação de Carbono 14, e por estudos paleopatológicos.
As escavações em que foi localizada esta sepultura, dirigidas pelo catedrático da Universidade da Cantábria Pablo Arias, e pela professora da Universidade de Lisboa Mariana Diniz, formam parte do projeto SADO-MESO, orientado para a revisão sistemática do Mesolítico e Neolítico do vale do Sado.
Esta zona do Sul de Portugal é uma região privilegiada para o estudo dos últimos caçadores e da introdução da agricultura, que nesta área terá acontecido há cerca de 7300 anos.
Esta investigação acontece no âmbito dos de COASTTRAN, um programa do Instituto Internacional de Investigaciones Pré-históricas de Cantabria, financiado pelo Plan Nacional de I+D+i do Ministério de Ciência e Innovación, coordenado pelo catedrático da Universidade da Cantábria Pablo Arias, e do projecto da UNIARQ, “Retorno ao Sado”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, coordenado por Mariana Diniz, professora da Universidade de Lisboa. Os trabalhos de campo contam ainda com a participação do Museu Nacional de Arqueologia.
As análises serão realizadas, na sua maior parte, nos laboratórios das Universidades da Cantábria, de Oxford e de Lisboa, e no Instituto Max-Planck, de Leipzig.
Fonte: Diário Digital

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