“Ele parece quase bizantino ou grego olhando com olhos de corça sobre
o ombro esquerdo do espectador, sua boca formando um leve beicinho,
como um amante ou talvez um fã das corridas testemunhando seu cocheiro
favorito perder o controle de seus cavalos”, escreveu Heritage Daily em
uma matéria sobre a nova pesquisa conduzida para desvendar o mistério do
homem barbado.
O Homem Barbado é um retrato da múmia de um romano-egípcio, datada de
170-180 d.C., que foi encontrada junto ao sarcófago. No entanto, o
retrato foi separado de sua múmia e tumba, impossibilitando sua
identificação e perdendo suas origens nas páginas da história.
Retratos de múmias apareceram primeiramente no Egito, durante a era
romana no primeiro século d.C., e permaneceram populares por dois
séculos aproximadamente.
Eram tipicamente pintados em um painel de
madeira e colocados do lado de fora do caixão, próximo da posição onde a
cabeça deveria estar. Enquanto os egípcios utilizam representações
idealizadas dos mortos, o estilo romano se caracterizava por ser muito
mais natural, e geralmente representava fielmente o falecido.
Os cientistas utilizaram técnicas para comparar a aparência real de
muitas múmias com seus retratos. Estas técnicas indicaram que os
retratos refletiam de fato a aparência da pessoa quando viva, com pouco
de arte, claro. Em alguns casos, os arqueólogos acreditaram que
identificaram uma família inteira comparando semelhanças físicas com os
retratos.
Atualmente, foram encontrados 900 retratos de múmias. A maioria foi
encontrada na necrópolis de Fayum. Tendo em vista o clima quente e seco
egípcio, as pinturas foram muito bem conservadas, preservando em muito a
vivacidade das pinturas no tempo.
Os avanços na nanotecnologia e no método científico utilizado, podem
ser a chave para determinar a origem do Homem Barbado. Pesquisadores
estão recuperando um pedaço microscópico de madeira pintada, com apenas
20 nanômetros de largura (um nanômetro é um bilionésimo de um metro), a
fim de identificar o tipo de pigmento que foi usado. Espera-se que isso
possa lhes permitir traçar a região de onde veio.
“Entender o pigmento, significa entender melhor a proveniência do
indivíduo”, Darryl Butt, diretor associado do Centro para Estudos
Avançados de Energia (CAES), afirmou ao Heritage Daily. “A origem do
pigmento pode nos conectar a uma área especifica e talvez até a uma
família”.
“Até agora, os pesquisadores estão limitados a amostras suficientes
para analisar. Mas os novos métodos de nanotecnologia possibilitaram aos
cientistas identificar pigmentos utilizando apenas fragmentos
microscópicos.”
As análises iniciais revelaram que a pintura foi feita com um
pigmento sintético que parece ter sido aquecido num cadinho de chumbo.
Anteriormente, acreditava-se que este processo havia sido desenvolvido
em 1800, mas novos testes sugerem que este processo já era utilizado nos
tempos antigos. A investigação sobre o pigmento e suas origens ainda
está em curso, e pode finalmente revelar a origem do Homem Barbado.
Fonte: Epoch Times
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