Há denúncias de que felino matou duas potras
mangalarga marchador e galinhas de fazendas da região. Ibama acompanha
de sete a 10 ocorrências de presença desses bichos em áreas residenciais
por ano.
Moradores da zona rural de Betim, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, estão aterrorizados com a suspeita da presença de uma onça
parda na vegetação. O animal matou, nos últimos dias, duas potras
mangalarga marchador e galinhas de fazendas da região.
O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
está ciente dos ataques e vai enviar uma equipe técnica à região.
Segundo o órgão, somente nos últimos 20 dias foram registrados três
casos de animais silvestres em área de fazendas na Grande BH. Por ano,
são acompanhados pelo Ibama de sete a 10 ocorrências de presença desses
bichos em áreas residenciais ou ataque a animais domésticos.
A empresária Elisa Botelho conta que a onça está circulando na região do Bairro Marimbá, perto de Vianópolis. Ela mora na Fazenda do Sino e cria cavalos para o haras da família. O primeiro ataque aconteceu na madrugada do dia 29 de agosto e o segundo, na última sexta-feira.
“Tudo
indica que onça apareceu no pasto das potras. Reparei que uma havia
desaparecido. Encontrei esta potra machucada bem em frente à casa da
fazenda a cerca de 100 metros da porta”, relata. Segundo Botelho, um
funcionário relatou que viu um animal grande durante a manhã, momento em
que os cachorros da fazenda latiram muito. A pequena égua teve
ferimentos nas pernas, pescoço e uma orelha foi arrancada.
A empresária reuniu funcionários e foi em busca de sinais do animal, com
a suspeita de ser uma onça. Eles encontraram pegadas no entorno da
fazenda e resolveram denunciar o caso para a Polícia Ambiental.
Com
medo, a proprietária do haras passou a manter os equinos presos durante a
noite e madrugada, o que está prejudicando o manejo e manutenção dos
animais. Mesmo com a medida de segurança, ocorreu um novo ataque.
Da
primeira vez, Botelho perdeu uma potra mangalarga marchador de seis
meses e da segunda vez, um animal de nove meses. Ela relata que a morte
das éguas é um prejuízo enorme para o haras, além de deixar moradores
com medo na região.
Segundo a empresária, vizinhos relataram o ataque da suposta onça a galinhas. A empresária teme não só pela segurança de moradores de fazendas e condomínios residenciais da região, mas também pela vida do animal silvestre que está rondado a área.
Ibama
O analista ambiental do Núcleo de Fauna Silvestre do Ibama, Junio Augusto Silva, afirma que o órgão já está ciente do caso em Betim. Além dessa ocorrência, estão acompanhando denúncias em Honório Bicalho e Confins.
O
Ibama está agendando uma visita ao trecho de Vianópolis para instalar
câmeras que vão monitorar a fazenda à noite, com intenção de registrar
movimentação da onça. Conforme o técnico, pelo relatos de moradores,
tudo indica que seja uma onça parda.
Por enquanto, o que o Ibama faz é sugerir aos proprietários de animais
que mantenham os bichos presos durante a noite em áreas fechadas.
“Geralmente os felinos agem em período noturno. Não fazem a busca de
alimento em período diurno. Após 18h, os donos devem proceder com o
recolhimento de animais”, avisa.
Conforme o analista, a aparição de onças é muito comum em áreas urbanas e rurais cercadas por vegetação de cerrado na Grande BH.
Conforme o analista, a aparição de onças é muito comum em áreas urbanas e rurais cercadas por vegetação de cerrado na Grande BH.
“A presença desses animais é uma tendência em
regiões limítrofes com centros urbanos em que haja remanescente de mata
nativa. O caso de Betim não é isolado, pois ocorre a situação no mundo
todo. Há registros nos EUA, Canadá, Ásia e Europa, o que muda é somente a
espécie”, afirma Junio Augusto. Segundo ele, a mudança de paisagem,
quando uma área urbana chega a zona de floresta, deixa esses animais sem
lugar.
A suspeita de que a onça de Betim seja parda é por causa das evidências enviadas pelos moradores ao Ibama. São fotos dos ferimentos causados nas éguas e pegadas no terreno. Segundo o analista, uma onça de médio a grande porte pode chegar a 40 quilos.
A suspeita de que a onça de Betim seja parda é por causa das evidências enviadas pelos moradores ao Ibama. São fotos dos ferimentos causados nas éguas e pegadas no terreno. Segundo o analista, uma onça de médio a grande porte pode chegar a 40 quilos.
Ela estabelece
como território de uso uma área de 100 a 150 quilômetros quadrados,
onde há disponibilidade de alimento. Talvez o bicho que ronda fazendas
em Betim tenha encontrado mais facilidade em atacar as potras e galinhas
das fazendas do que em caçar na mata. Conforme Junio Augusto, o felino é
um predador de pacas, tatus e cotias, mas pode mudar de hábitos por uma
questão de oportunismo.
Fonte: EM
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