quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Múmia congelada de bisão de mais de 9 mil anos é encontrada na Sibéria




Investigadores sugerem que animal pode ter morrido de fome por falta de gordura em torno do abdômen.

Mamíferos muito grandes foram extintos no final da Idade do Gelo (cerca de 11 mil anos atrás), incluindo o bisão-da-estepe, Bison priscus. Literalmente congelado no tempo, um corpo dessa espécie foi encontrado recentemente na Sibéria Oriental.

A múmia mais completa do animal já conhecida, datada de 9.300 anos, foi descoberta na planície Yana-Indigirka e uma necropsia foi realizada para aprender como este animal viveu e morreu no final da Idade do Gelo.

A múmia do bisão Yukagir, como é chamado, está com o cérebro completo, coração, vasos sanguíneos e sistema digestivo, embora alguns órgãos tenham diminuído significativamente ao longo do tempo.


A necropsia desta múmia mostrou uma anatomia relativamente normal sem causa aparente da morte. No entanto, a falta de gordura em torno do abdômen do animal faz com que os investigadores pensem que o animal pode ter morrido de fome.










Este projeto está sendo conduzido pela pesquisadora Natalia Serduk da Academia de Ciências da Rússia em Moscou, com contribuições de um grande grupo de cientistas, principalmente de Yakutsk e Moscou.


- A múmia do bisão Yukagir se tornou a terceira descoberta de quatro agora conhecidas múmias completas dessa espécie no mundo, e é uma das duas espécimes adultas que estavam sendo preservadas com órgãos internos e armazenadas congeladas - afirmou outra cientista do projeto, Olga Potapova, e acrescentou que isso é o que torna esta descoberta de grande importância.


Evgeny Maschenko, do Instituto Paleontológico de Moscou (Rússia), que também participa da pesquisa, comentou que a boa preservação da múmia do bisão Yukagir permite comparações anatômicas diretas com espécies modernas de bisão e gado, bem como com a espécie extinta de bisão que foi embora no limite Pleistoceno-Holoceno.


Bisões congelados e múmias de mamute estão mudando a maneira como pensamos a paleontologia por causa da grande quantidade de informação que pode ser verificada a partir de cada amostra, com novos métodos e abordagens científicas que se tornaram disponíveis na última década.


- Os próximos passos a serem feitos incluem um exame mais aprofundado da anatomia bruta do bisão, e outros estudos detalhados sobre sua histologia, parasitas, e os ossos e os dentes - acrescentou Patapova. - Esperamos que os resultados destes estudos irão revelar não só a causa da morte desse espécie particular, mas também pode lançar luz sobre o comportamento da espécie e as causas de sua extinção.





Fonte: O Globo

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