Um estudo de DNA
que confirmou que o esqueleto encontrado em 2012 sob um estacionamento
na Inglaterra é de Ricardo III também trouxe à tona evidências de uma
"falsa paternidade", o que levanta dúvidas sobre as alegações reais de
gerações de monarcas britânicos, revelaram cientistas na terça-feira.
Segundo
o estudo, os restos mortais combinaram com o DNA de dois descendentes
da irmã de Ricardo III, Ana de York, o que significa que os cientistas
estão convencidos, "além de qualquer dúvida razoável", de que o
esqueleto é, de fato, do malfadado rei.
No entanto, eles não
encontraram combinações na linhagem masculina da família, descendente de
João de Gaunt, irmão do bisavô de Ricardo III.
Isto significa
que, em algum ponto, deve ter havido uma criança, cujo pai presumido,
segundo a genealogia oficial, não era o pai verdadeiro.
O
esqueleto do rei, que morto na Batalha de Bosworth Field, em 1485, foi
encontrado debaixo de um estacionamento em Leicester, região central da
Inglaterra. Seus restos mortais devem ser novamente sepultados na cidade
em março do ano que vem.
"Um evento (ou eventos) de falsa
paternidade em algum momento desta genealogia poderia ter um significado
histórico chave", destacou a equipe de cientistas, chefiada pelo
geneticista Turi King, da Universidade de Leicester, em artigo publicado
na revista Nature Communications.
Durante coletiva de imprensa
celebrada em Londres, Kevin Schurer, vice-chanceler da universidade,
afirmou: "o que nós descobrimos é que há uma quebra na cadeia... Nós não
sabemos quando esta quebra ocorreu".
"De forma alguma estamos
indicando que Sua Majestade (a rainha Elizabeth II) não deveria estar no
trono", afirmou, acrescentando que a história da monarquia britânica
teve "todo tipo de reviravolta".
Segundo o estudo, o resultado
poderia questionar a legitimidade de Henrique IV, Henrique V, Henrique
VI e "toda a dinastia Tudor", a começar por Henrique VII, seguido de
Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I.
Se a falsa paternidade ocorreu mais distante nesta genealogia, ela só afetaria a família não real dos atuais duques de Beaufort. Neste estudo, foram usados os DNAs de cinco indivíduos vivos da família aristocrática.
Os
resultados também demonstraram que Ricardo III tinha "96% de
probabilidade de ter tido olhos azuis, juntamente com 77% de
probabilidade de ter tido cabelos loiros", o que significa que apenas um
dos muitos retratos remanescentes do rei desafortunado realmente se
parece com ele.
"Nós concluímos que há evidências esmagadoras de
que o Esqueleto 1, do sítio Grey Friars, em Leicester, é de Ricardo III,
encerrando, assim, um caso de desaparecimento de um indivíduo que já
durava 500 anos", destacou o estudo.
Fonte: Yahoo!
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