A Cidade do Deus Macaco. “La Ciudad Blanca”, ou A Cidade Branca.
Estes são nomes dados à lendária cidade perdida que teria existido em
uma floresta intocada em Honduras – e a National Geographic encontrou evidências de que ela realmente existiu.
Uma expedição retornou esta semana de uma localização remota — e
secreta — de Honduras, onde não foi só confirmado o rumor da existência
da cidade, mas de uma civilização inteira. Uma civilização tão nova aos
arqueólogos que ainda nem recebeu um nome. É uma descoberta incrível;
mas antes de entrarmos em detalhes, vamos dar uma olhada no histórico do
local.
O que é a Cidade do Deus Macaco?
Por muito tempo, ela foi só um rumor: uma cidade perdida localizada
dentro de uma floresta em La Mosquitia, na costa leste de Honduras. Ela
vem sendo procurada há centenas de anos por exploradores.
Dizem que a
cidade era formada por uma comunidade pré-colombiana de tamanho e
riqueza consideráveis, e que existiu 1.000 anos antes de Cristo. O
apelido “Cidade do Deus Macaco” se originou de um explorador americano
que afirmou ter ouvido o nome de habitantes locais durante uma
expedição.
Por que ela nunca foi encontrada?
Em primeiro lugar, a área onde a cidade se encontra é incrivelmente
remota. Assim como diversas florestas tropicais, ela é um território
inóspito para exploradores, especialmente para aqueles que não sabem o
que estão procurando – mas os supostos avistamentos continuaram.
A alegação mais famosa sobre a cidade veio de um homem chamado
Theodore Morde, cuja descoberta — não confirmada — foi noticiada pelo New York Times nos anos 1940, como pode ser visto na imagem acima.
Mas também existiram muitas outras alegações notáveis. Em um livro sobre a expedição de Morde, chamado Jungleland: A Mysterious Lost City, a WWII Spy, and a True Story of Deadly Adventure, o autor Christopher Stewart enumera algumas:
Em 1928, em um voo sobre a América Central, Charles Lindbergh
avistou uma série de ruínas brancas — “uma incrível metrópole antiga”.
Anos depois, o antropólogo W.D. Strong alegou ter encontrado diversos
artefatos abandonados próximos à bacia de um rio e que, durante os seis
meses de expedição, ouviu “muitas histórias sobre ruínas arqueológicas”.
Não muito depois, S.J. Glassmire, um engenheiro de mineração e
garimpeiro de ouro do Novo México, anunciou que havia encontrado uma
cidade perdida com “13 quilômetros quadrados” e “pedras de calcário
desmoronando”.
Por décadas, pareceu que a Cidade do Macaco de Ouro permaneceria para sempre uma história de rumores sem fundamentos.
Então o que mudou?
Bem, a tecnologia mudou. Graças ao LIDAR, que mede distâncias
iluminando um alvo com um laser e analisando a luz refletida,
arqueólogos podem ver a Terra de formas completamente novas. Para gerar
um modelo 3D bastante preciso da superfície da Terra, a tecnologia envia
feixes de laser a partir de um avião, passando pela folhagem da
floresta e qualquer forma de vida.
Em um artigo para a New Yorker em 2013, Douglas Preston — quem inclusive escreveu o artigo da National Geographic
desta semana — acompanhou uma equipe que usava o Lidar na área que
supostamente deveria abrigar a cidade perdida, e testemunhou a revelação
de imagens detalhadas de pilares e piramides construídos pelo homem.
É uma evidência bem real de uma cidade perdida e, conforme explicou
Preston, terá enormes implicações em como os arqueólogos entendem as
civilizações pré-colombianas:
Antigas teorias diziam que o solo das florestas tropicais da América
Central e do Sul era pobre demais para acomodar grandes populações, e
aquelas áreas poderiam suportar apenas pequenas tribos de caçadores. Mas
aparentemente, a Floresta Amazônica já abrigou sofisticadas
civilizações agrícolas que desmataram enormes áreas para construir
vilas, cidades e uma rede de ruas e canais.
Embora a cidade tivesse finalmente sido descoberta pelo ar, ela ainda precisava ser confirmada em terra.
E agora?
Bem, conforme Preston explica,
a maior dificuldade agora é proteger a cidade de ladrões e do crescente
desmatamento. Uma vez que a cidade esteja protegida, começará o
processo de catalogar e estudar as ruínas.
É incrível como o advento da tecnologia ajudou a descobrir uma
civilização perdida inteira: apenas imagine quais outras cidades
perdidas e histórias irão emergir, conforme o lidar e outras tecnologias
se tornam cada vez mais comuns para os arqueólogos.
Fonte: Gizmodo
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