sexta-feira, 18 de julho de 2008

Maia: Animal ainda não identificado deixa população aflita


Os danos nas árvores e nas plantações são bem visíveis e tanto os militares da GNR como a população procuravam indícios no terreno


Um felino de médio porte, considerado potencialmente perigoso, está à solta num terreno agrícola de cerca de três hectares, em São Pedro de Fins, Maia. Os primeiros indícios já vêm do princípio do ano, mas só nas últimas semanas de junho, com o avolumar dos estragos, foi dado o alerta às autoridades. Em 21 e 22 de junho à tarde foi montado um verdadeiro cerco, com cerca de cem homens, alguns armados com caçadeiras e metralhadoras, mas até agora não foi capturado o animal – cuja origem é desconhecida.


Videiras cortadas, árvores desbastadas, pegadas enormes, plástico rasgados. Os sinais foram aumentando e, apesar de ainda ninguém ter visto o felino, os agricultores começaram a suspeitar de que 'um leopardo ou tigre andava pelo local'. As autoridades, depois de analisarem os vestígios, apesar de ainda não terem determinado a espécie do animal, não têm dúvidas de que é um felino.

'O que nos disseram é que, se fosse um cão, as pegadas seriam paralelas, e o que vemos aqui é quase um trilho direito. Como os felinos andam com as patas entrecruzadas tudo leva a crer que se trate de um ', disse ao CM Eduardo Soares, proprietário de uma vacaria.

De facto as pegadas, o pêlo e as fezes já foram recolhidas para identificação do animal. A população está alarmada com o perigo e foi-lhes pedido pela Protecção Civil para não cultivarem as terras.

AUTORIDADES APOSTAM NA MADRUGADA

O felino a ser procurado trata-se de um animal crepuscular. Ou seja, activo durante a noite e a madrugada. É, aliás, esta a altura do dia em que os estragos têm acontecido. Ainda anteontem de madrugada, após o aparato policial ter desmobilizado por volta das 04h00, o animal voltou a atacar. 'Depois de terem saído daqui, ele fez mais danos nos plásticos que protegem a palha e nas minhas videiras ', disse o agricultor Cândido Amaro, de 58 anos.

Parte da estratégia policial assenta numa espera ao felino pela noite dentro até ao amanhecer, de modo a conseguirem capturar o animal. Em último recurso, ter-se-á de recorrer ao seu abate.

A origem do animal é ainda desconhecida, mas a polícia afasta a hipótese de pertencer a um circo, sendo que essas foram as primeiras diligências feitas.

AGRICULTORES ESTÃO RECEOSOS

'Isto aqui está complicado e tememos pela nossa segurança. A princípio ainda pensamos que fosse um cão, mas agora não há dúvidas de que é algo perigoso. Não percebo é por que é que dizem que só vão pôr armadilhas na quarta-feira', disse ao CM Cândido Amaro, um dos agricultores que viu as suas vinhas atacadas.

Os populares estão com medo e não percebem o por que motivo as autoridades não têm uma acção mais visível. 'Apesar de ter já estado cá muita gente, agora foram embora. Temos medo', disse uma popular.

PORMENORES

AMEAÇAS

Apesar de os estragos nos campos remontarem a Janeiro, ainda ninguém viu o animal. Os cães vadios que povoavam a zona desapareceram, mas também não foram encontradas ossadas.

CERCO

Vinte homens da Protecção Civil, setenta da GNR e vários bombeiros estavam no local ontem à tarde a fazer cerco ao felino.

ARMADILHAS

Serão colocadas armadilhas no local, mas tal só acontecerá na próxima quarta-feira, porque as autoridades policiais não as possuem.


Fonte: Correio da Manhã

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