Estrelas gigantes conhecidas como nômades azuis resultam de "canibalismo estelar", fenômeno em que uma estrela “suga” o plasma da outra para formar uma de maior tamanho, sugerem cientistas britânicos e canadenses.
As nômades azuis são estrelas gigantes e supermassivas, encontradas nos chamados aglomerados globulares – conjunto com formato esférico de cerca de 100 mil estrelas, fortemente ligadas pela gravidade. Elas são estrelas quentes e têm aparência de serem mais novas do que realmente são.
A origem e formação dessas estrelas era considerada um mistério para os astrônomos. Estudos anteriores sugerem que elas seriam formadas a partir de colisões dentro dos aglomerados, mas a pesquisa recente sugere um processo mais simples.
Segundo os cientistas da Universidade de Southmpton, no Reino Unido, e de McMaster, no Canadá, a formação das nômades azuis resulta de uma espécie de canibalismo estelar, ou seja, de um processo onde duas estrelas “sugam” matéria uma da outra e auxiliam na formação de uma de maior tamanho.
Os cientistas explicam que esse processo ocorreria apenas nas chamadas estrelas binárias – sistemas estelares compostos por duas estrelas muito próximas e que orbitam ao redor de um centro de massa comum.
Observação
Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram estrelas nômades azuis em 56 aglomerados globulares e identificaram uma relação entre a massa total no centro do conjunto e o número de nômades azuis dentro de cada um dos aglomerados.
A imagem mostra um aglomerado globular
Eles explicam que quanto mais massivos os centros dos aglomerados, maior a presença das estrelas binárias – daí a relação entre as nômades azuis e as binárias nesses aglomerados.
“Essas observações apontam para o canibalismo estelar como o mecanismo primário a formação das nômades azuis”, diz o estudo.
“Essa á a mais forte e direta prova de que as nômades azuis são resultado de duas estrelas binárias”, afirmou Christian Knigge, um dos autores do estudo.
“A origem das nômades azuis é um mistério antigo. Só se sabia que pelo menos duas estrelas estariam envolvidas em sua formação, porque estrelas isoladas com essa massa simplesmente não poderiam existir dentro desses aglomerados”, disse Knigge.
Fonte: BBC
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