sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Canibalismo no espaço cria estrelas gigantes

A imagem mostra as nômades dentro de um aglomerado globular

Estrelas gigantes conhecidas como nômades azuis resultam de "canibalismo estelar", fenômeno em que uma estrela “suga” o plasma da outra para formar uma de maior tamanho, sugerem cientistas britânicos e canadenses.

As nômades azuis são estrelas gigantes e supermassivas, encontradas nos chamados aglomerados globulares – conjunto com formato esférico de cerca de 100 mil estrelas, fortemente ligadas pela gravidade. Elas são estrelas quentes e têm aparência de serem mais novas do que realmente são.

A origem e formação dessas estrelas era considerada um mistério para os astrônomos. Estudos anteriores sugerem que elas seriam formadas a partir de colisões dentro dos aglomerados, mas a pesquisa recente sugere um processo mais simples.

Segundo os cientistas da Universidade de Southmpton, no Reino Unido, e de McMaster, no Canadá, a formação das nômades azuis resulta de uma espécie de canibalismo estelar, ou seja, de um processo onde duas estrelas “sugam” matéria uma da outra e auxiliam na formação de uma de maior tamanho.

Os cientistas explicam que esse processo ocorreria apenas nas chamadas estrelas binárias – sistemas estelares compostos por duas estrelas muito próximas e que orbitam ao redor de um centro de massa comum.


Observação


Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram estrelas nômades azuis em 56 aglomerados globulares e identificaram uma relação entre a massa total no centro do conjunto e o número de nômades azuis dentro de cada um dos aglomerados.


A imagem mostra um aglomerado globular

Eles explicam que quanto mais massivos os centros dos aglomerados, maior a presença das estrelas binárias – daí a relação entre as nômades azuis e as binárias nesses aglomerados.

“Essas observações apontam para o canibalismo estelar como o mecanismo primário a formação das nômades azuis”, diz o estudo.

“Essa á a mais forte e direta prova de que as nômades azuis são resultado de duas estrelas binárias”, afirmou Christian Knigge, um dos autores do estudo.

“A origem das nômades azuis é um mistério antigo. Só se sabia que pelo menos duas estrelas estariam envolvidas em sua formação, porque estrelas isoladas com essa massa simplesmente não poderiam existir dentro desses aglomerados”, disse Knigge.

A pesquisa sobre o mistério envolvendo a origem das nômades azuis foi publicada na edição desta semana da revista científica Nature.


Fonte: BBC

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