Uma equipe de mergulhadores e cientistas franceses e sul-africanos vai lançar, nas próximas semanas, uma expedição na África do Sul em busca do mítico celacanto, peixe mítico das grandes profundezas considerado desaparecido há muito tempo.
A expedição Gombessa, como o celacanto é chamado localmente, está
prevista para se estender de 5 de abril a 15 de maio, informou na
sexta-feira (29) o Museu Nacional de História Natural (MNHN, na sigla em
francês) de Paris em comunicado.
Ela reunirá em torno do mergulhador e naturalista francês Laurent
Ballesta uma equipe de mergulhadores especialmente treinados para
alcançar grandes profundidades, cientistas do Instituto Sul-africano
para a Biodiversidade Aquática (SAIAB) e seis cientistas do MNHN e do
Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS).
"Gigante pacífico de 2 metros de comprimento", o celacanto foi
reencontrado em 1938, na costa leste da África do Sul. Nós acreditamos
que tivesse desaparecido há 70 milhões de anos.
"É considerado a grande
descoberta zoológica do século 20", ressaltou o museu.
O celacanto "traz em si os traços da mudança dos peixes para os
primeiros vertebrados terrestres de quatro patas": esboços de membros em
quatro de suas nadadeiras e uma bolsa de ar que seria o vestígio de um
pulmão primitivo.
Ele é, segundo o museu, "a testemunha viva e
inesperada da saída das águas há 370 milhões de anos".
Entretanto, não conhecemos quase nada do modo de vida deste animal
raríssimo que vivia a mais de 100 metros de profundidade, e do qual
muito poucas observações diretas puderam ser feitas até hoje.
Para chegar até esta "lenda viva", Laurent Ballesta e sua equipe de
mergulhadores deverão, diariamente, retornar às grutas de Jesser Canyon,
na baía de Sodwana (Oceano Índico), a 120 metros de profundidade.
Assim
que tiverem feito contato com o animal, eles colocarão em andamento os
protocolos científicos concebidos pela equipe de cientistas do MNHN e do
CNRS, chefiada pelo paleontólogo Gael Clément, e os biólogos
sul-africanos Kerry Sink e Angus Paterson, acrescentou o Museu.
É possível acompanhar a expedição no site do projeto: www.coelacanthe-projet-gombessa.com.
Fonte: UOL
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