O mistério dos "anéis de fadas" surgidos na África foi
resolvido. Estes enigmáticos círculos de grama de 2 a 12 metros de
diâmetro com o centro vazio são criados por cupins, aponta um estudo
publicado na revista científica Science.
As conclusões do trabalho põem fim a mais de 25 anos de
pesquisas para tentar entender estas formações frequentes nas pradarias
do sudoeste africano, particularmente na Namíbia, onde o povo autóctone
dos Himba atribui estes círculos a uma criação divina.
A teoria dos cupins já tinha sido descartada pela falta
de provas suficientes. Mas o botânico Norbert Juerguens, da Universidade
de Hamburgo na Alemanha, retomou a pesquisa e conseguiu demonstrar que
certos cupins de areia, denominados psammotermes, provavelmente são a
causa destes "anéis de fada", também conhecidos como "cirandas de
bruxas".
Juerguens estudou um trecho do deserto de 2 mil
quilômetros, do centro de Angola até o norte da África do Sul, e
constatou que estes insetos eram os únicos organismos vivos sempre
presentes dentro destes círculos desde o início de sua formação.
Este pesquisador, que teve seu estudo é publicado na edição de amanhã da revista Science,
pode observar que os cupins se alimentam de raízes de grama, pastagens e
outras plantas que acabam desaparecendo nestes locais.
A falta de vegetação no interior dos círculos faz com
que a água da chuva não evapore e fique armazenada na profundidade do
solo arenoso.
Essa água permite que os cupins sobrevivam e se mantenham
ativos durante a estação seca e também explica porque a vegetação pode
crescer fora do círculo.
Para Juergens, o fenômeno é um exemplo do ecossistema
produto da atividade dos cupins: os "círculos de fadas", que às vezes
podem durar décadas, tornam permanente uma vegetação que normalmente é
temporária no deserto.
Fonte: Terra
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