domingo, 22 de junho de 2008

Fenômeno pode explicar sangue em casa de Jundiaí (SP)


ADRIANA ALVES
do Agora

Ainda sem explicação, o aparecimento de poças de sangue humano no piso de uma casa em Jundiaí (58 km de SP) pode ter sido provocado, inconscientemente, pelos próprios moradores. É o que afirma Fátima Regina Machado, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e especialista nos chamados fenômenos Poltergeist (episódios falsamente sobrenaturais).

Supostamente vertidas do solo, as poças apareceram na rua Antonio Bizarro, no bairro Jardim Bizarro, no início da semana passada.

De acordo com a professora Fátima, é provável que o sangue seja uma espécie de expressão inconsciente de problemas emocionais vividos pela família. "É o que chamamos de psicocinesia recorrente espontânea, popularmente conhecida como fenômenos Poltergeist." Em alemão, diz a especialista, a expressão significa "espírito brincalhão".

"As pessoas tendem a encarar esses fatos como sobrenaturais, mas na verdade é uma espécie de válvula de escape do próprio inconsciente humano", afirma a especialista.

O parapsicólogo Oscar Gonzalez Quevedo, o padre Quevedo, também acredita que o fenômeno tenha sido provocado pelos moradores ou por alguém próximo a eles. "Nada mais é do que uma descarga emocional, um ato movido pelo inconsciente. Não há nada de paranormal ou sobrenatural nisso."

A Polícia Científica de Jundiaí enviou, anteontem à tarde, amostras do sangue colhido na casa para exames no IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo. Diferentemente do que havia dito em entrevistas anteriores, ontem, por telefone, o chefe da Polícia Científica da cidade, Wilson Antonio Pereira, afirmou que as amostras de sangue do casal de aposentados que mora no imóvel ainda não foram coletadas. O caso é investigado pelo no 6º DP de Jundiaí, no Jardim Cica. A delegacia, no entanto, diz que o caso está sob sigilo e não fornece informações.

Polícia de Jundiaí (SP) investiga casa que jorra sangue

ADRIANA ALVES
do Agora

O aparecimento, até agora sem explicação, de manchas de sangue humano no piso de uma casa na rua Antonio Bizarro, no Jardim Bizarro, em Jundiaí (58 km de SP), tem intrigado os moradores e a polícia da cidade.

Um laudo do Instituto de Criminalística divulgado anteontem confirma que o líquido vermelho colhido na casa no último domingo é sangue humano. "O resultado do exame é irrefutável. Fizemos a análise mais de uma vez e não há dúvidas de que se trata de sangue humano e fresco, do mesmo dia em que fizemos a coleta", afirma Wilson Antonio Pereira, chefe da Polícia Científica de Jundiaí.

Segundo vizinhos que estiveram na casa no domingo, o sangue começou a verter do piso do imóvel no fim da tarde de domingo e parou depois que os moradores fizeram orações. Na segunda à tarde voltou a jorrar e parou novamente após orações.

Ontem, o casal de aposentados dono da casa não falou com a imprensa nem permitiu a entrada da reportagem. Eles não querem ser identificados. Segundo uma mulher que se identificou como sobrinha da dona da casa, eles estão assustados com a repercussão do caso e com o fato de ser sangue humano e não querem dar entrevistas.

Segundo vizinhos do casal, que vive no imóvel há 44 anos, tudo começou no último domingo à tarde, quando a moradora da casa, uma costureira de 65 anos, estava saindo do banho e diz ter visto sangue verter repentinamente do chão do banheiro e, em seguida, jorrar nos demais cômodos. "Quando ela viu o sangue no banheiro, assustou-se e chamou o marido, que estava vendo TV na sala", conta Natalina Pereira, 65, vizinha que esteve no local.

Segundo os vizinhos, ao ver o sangue, os donos da casa, católicos fervorosos, chamaram um padre, que sugeriu que eles acionassem a polícia. "Ela [dona da casa] disse que o sangue subia do nada no chão e que começou uma bolinha pequena e foi aumentando e esguichando pela casa toda", afirma Natalina.

"Eles estão muito confusos e perdidos com essa história toda", diz a aposentada Ana Roveri, 72, vizinha do casal.

Amostras do material colhido no chão da casa no último domingo e do sangue do casal foram enviadas ontem ao Instituto de Criminalística de São Paulo para exame de tipagem sangüínea, segundo a polícia.
O objetivo é comparar o sangue encontrado no local como dos moradores. O caso é investigado pelo 6º DP, no Jardim Cica. Segundo o delegado Marco Antonio Ferreira Lopes, não havia sinais de violência no local. "Só será instaurado inquérito policial se vislumbrarmos a ocorrência de algum crime no decorrer das investigações", afirma o delegado.

Vizinhos

Segundo vizinhos, uma das hipóteses cogitadas no bairro é que o surgimento do sangue na casa seja uma espécie de pedido de ajuda espiritual de um jovem que morava perto do imóvel e foi assassinado há cerca de dois meses.

A vizinhança está assustada com o fato, visto como sobrenatural. "Eu fiquei apavorada. Coisa boa não é. De nervoso, mal estou conseguindo dormir", diz a aposentada Ana Roveri, 72 anos, que vive no Jardim Bizarro há 36 anos.

A aposentada Natalina Pereira, 65 anos, que mora no bairro há quatro anos, diz temer uma assombração. "Fiquei até com medo de morar aqui. Fico cismada com essas coisas", conta. Ela diz que, caso fatos como esse se repitam, vai se mudar do bairro. "Se tivesse sido na minha casa eu já teria ido embora", afirma.

A dona-de-casa Ana Paula Abdon, 32, conta que, no domingo, para fazer o fenômeno parar, os donos do imóvel queimaram uma mão benta e rezaram em frente à imagem de Nossa Senhora Aparecida. Na segunda, colocaram crucifixos sobre as poças e fizeram orações.

Fonte: Folha Online

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