quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

METANO EM MARTE PROVA QUE O PLANETA VERMELHO NÃO ESTÁ MORTO

Moléculas de metano

A busca por vida fora da Terra foi um dos mais enigmáticos e ambiciosos objetivos científicos da modernidade. Mas, nos laboratórios, incluindo os da NASA, a exploração é feita de uma forma muito diferente daquilo que é mostrado nos filmes de ficção científica.

As viagens espaciais para enviar veículos de exploração para o Planeta Vermelho pode parecer complicados projetos futuristas. E são.

Mas algumas das grandes descobertas científicas feitas através deles ocorreu por razões que beiram o cômico.

O veículo Oportunity já havia topado com a presença de água na superfície marciana. No entanto, por mais estranho que possa parecer, a quebra de uma das rodas de um outro veículo, chamado Spirit, obteve a confirmação que os cientistas bucavam.

As imagens, obtidas pela sonda, do sulco que deixava a roda danificada no terreno revelou a presença de sulfetos e silicatos.

E estes minerais foram depositados alí por água quente. Desta forma ficou evidente a presença do líquido essencial para a vida como nós a conhecemos na Terra e se abriu a porta para a possibilidade de que Marte acolhia alguma forma de vida.

O próximo passo em direção à vida extraterrestre foi dado por três diferentes grupos de pesquisadores utilizando os dados fornecidos pela sonda europeia Mars Express. Mas, neste caso, a molécula chave era o metano.


Um novo passo para a vida marciana


Agora, uma equipe de cientistas da NASA e de diversas universidades americanas documentam, com dados de três potentes telescópios no Havaí e publicados na revista "Science", uma grande liberação de gás metano ocorrida no verão de 2003, em dois lugares da superfície de Marte.

90% do metano na atmosfera da Terra é produzido por organismos vivos, mas o equilíbrio deste gás é produzido graças a geoquímica. Ambos poderiam estar na origem desta grande formação de um gás extremamente raro no ambiente oxidante marciano.

Os dados coletados pelos autores mostram que o gás tem uma meia vida de meio ano marciano, pouco mais de um ano terrestre.

Em vermelho as emissões de Metano em Marte

Um período muito limitado, de modo que as emissões tem de ser produzidas de forma contínua. É por isso que os cientistas trabalham com apenas duas opções, que implicam que a formação deve estar acontecendo atualmente.

"Trata-se de 19.000 toneladas métricas de gás. De onde vem todo este metano?", Pergunta o autor principal Michael J. Mumma em uma conferencia de imprensa na NASA TV, "Uma opção é que a atividade geológica nas profundezas de Marte tenha formado o gás, que é liberado, explorando fissuras na rocha, a outra é proveniente do metabolismo de organismos metanogênicos capazes de reduzir carbono e produzir metano. "

O que demonstra que o chamado planeta morto, por sua baixa atividade geológica, não seria tanto. "Não sabemos ao certo.

Mas o problema é que Marte não parece ter uma temperatura alta o suficiente para gerar tal atividade geológica", diz Ricardo Amils, professor de Microbiologia da Universidade Autônoma de Madri.
" De modo que é certo que se abrem as portas para a presença de vida em Marte."


Fonte: El Mundo

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