segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Imitar o outro gera empatia também nos macacos, diz estudo

Os macacos capuchinhos também imitam posturas corporais e estilos entre eles assim como os humanos


Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional da Criança e Desenvolvimento Humano Eunice Kennedy (NICHD, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, constatou que o recorrente hábito das pessoas de imitarem posturas corporais ou estilos de outras sem que elas mesmas percebam não ocorre somente entre os seres humanos, mas também entre os macacos.

Estudos anteriores demonstraram que esta postura cria carinho e empatia pelo imitador nos indivíduos que estão sendo imitados, sugerindo uma evolução comportamental para que todos convivam harmonicamente em grupos sociais.

A prática ainda era desconhecida entre os primatas, mas a nova pesquisa indicou que o efeito é o mesmo entre macacos capuchinhos - uma espécie conhecida pela característica sociável e por conviver em pequenos grupos.

Annika Paukner e seus colegas, responsáveis pela pesquisa que também foi divulgada na edição de agosto da revista científica Science, conduziram uma série de experimentos com macacos e investigadores humanos.

A parte prática foi feita da seguinte forma: os especialistas deram bolas de baseball aos macacos para registrar quais seriam suas atitudes.

Na maioria das vezes, ou os animais agarravam os objetos com os dedos, ou colocavam na boca ou batiam sobre uma superfície.

Depois, cada primata foi colocado ao lado de dois homens, também munidos com bolas. Um dos voluntários imediatamente imitava as ações do macaco com a própria bola enquanto o outro fazia gestos diferentes (por exemplo, batendo a bola enquanto o macaco a segurava).

Segundo os pesquisadores, os primatas prestaram mais atenção naqueles voluntários que os imitavam e escolhiam sentar mais perto dessas pessoas em gaiolas formadas por três seções - em frente ao imitador falso, em frente ao imitador e outra em um ponto neutro.

Em outra etapa, também foi realizada uma tarefa em que cada animal recebia uma recompensa no final (um pequeno pedaço de gelatina).

No entanto, os especialistas identificaram que os primatas também escolhiam interagir mais com os imitadores.

Os estudiosos interpretaram os resultados como um sinal de que os macacos sentiram uma forte ligação com os imitadores, exatamente como acontece entre os humanos.

"Eu acredito que a ligação entre imitação e combinação pode ser um mecanismo básico, e poderia muito bem ser compartilhada com outros primatas, talvez até mesmo com outros (não primatas) animais que vivem em grupos sociais complexos", disse Annika Paukner, citado pela Live Science.


Fonte: Terra

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