Falta de padrões de software inibe inovação e leva à constante “reinvenção da roda”.
Embora os robôs e autômatos estejam cada vez mais presentes, no estágio atual são todos incompatíveis entre si.
Todavia, pesquisadores já falam em criar um conjunto de software padrão para que produtos de diferentes fabricantes possam “se entender”.
Milhares de pesquisadores ao redor do mundo trabalham na área de robótica, conduzindo estudos em campos como a inteligência artifical, reconhecimento de objetos, mobilidade e muitos outros.
Alguns destes estudos levam a produtos do dia-a-dia, como o cãozinho robô Aibo, da Sony, ou o simpático humanóide Robosapiens, da Wowee. Outros tem aplicação mais prática, como os robôs industriais que montam nossos carros.
Entretanto, o consenso entre os participantes da recente International Joint Conference on Artificial Intelligence ( IJCAI ) em Pasadena, na Califórnia, é que muitos destes pesquisadores estão perdendo tempo.
“As pessoas reinventam a roda o tempo todo, fazendo coisas que não são importantes para atingir seu principal objetivo.
Você sabe que algo já foi feito antes, provavelmente de uma forma melhor”, diz Brian Gerkey, pesquisador da firma Willow Garage em Menlo Park, Califórnia, em declaração à revista New Scientist
O problema é que cada robô é único, criado para resolver uma tarefa ou problema específico, portanto o software também é único.
Isso não é crítico se tudo o que precisa ser desenvolvido é um braço mecânico, por exemplo, mas se torna um fator importante na criação de máquinas mais complexas.
Não dá para combinar um sistema de visão de um robô com o código de mobilidade do outro para acelerar a criação de um humanóide, ou reaproveitar código entre diferentes tipos de sensores com a mesma finalidade.
É necessário reescrever o software do zero, o que leva a soluções pouco otimizadas e desperdício de tempo.
Para resolver esta situação, vários pesquisadores vem propondo a criação de um “sistema operacional” comum para robótica.
Na verdade, são programas que controlam totalmente os robôs mas que precisam de um sistema operacional “de verdade”, como o Linux ou o Windows, por baixo.
Um das alternativas é o ROS (Robot Operating System – www.ros.org ), um conjunto de “pacotes” com software que pode ser combinado para montar uma solução capaz de atender às necessidades de vários tipos de robôs.
A lista de software inclui ferramentas para calibração de câmeras, controle de braços mecânicos (manipuladores) e até mesmo navegação em ambientes. O ROS é baseado em Unix e roda no Linux e no Mac OS X.
Há várias outras opções como o Player ( playerstage.sourceforge.net ), baseado em Software Livre e Unix/Linux, e o Microsoft Robotics Developer Studio ( msdn.microsoft.com/en-us/robotics ), dentre muitas mais, embora nenhuma tenha se firmado como o padrão “de fato”.
Segundo Chad Jenkins, da Brown University em Providence, Rhode Island, EUA , o mundo da robótica “está no ponto onde a informática estava 30 anos atrás”.
A comparação é válida: as profusão de plataformas e sistemas operacionais no final da década de 70 inibia o crescimento do mercado, com desenvolvedores, fabricantes e consumidores perdidos em meio a tantas opções – um exemplo marcante são as Guerras do Unix.
O mercado só explodiu a partir da definição de “favoritos” como o Apple II e, mais tarde, o IBM PC. Quem se tornará o responsável pelo mesmo crescimento no mundo da robótica?
Fonte: Yahoo! Notícias
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