quarta-feira, 18 de julho de 2012

Arqueólogos encontram barragem maia de 80 metros

Imagem mostra camadas de pedras da barragem feita pelos antigos maias em Tikal, atual Guatemala. Detalhe em vermelho mostra o que um dia foi uma eclusa (University of Cincinnati)



Represa feita de pedras, cascalhos e areia podia abastecer uma população de quase 100 000 pessoas da antiga cidade de Tikal, na atual Guatemala.
  Pesquisadores encontraram na antiga cidade de Tikal, na atual Guatemala, uma barragem feita pelos maias de quase 80 metros de comprimento e 10 metros de altura, com capacidade de armazenar 75,7 milhões de litros de água, ou 30 piscinas olímpicas.


Tikal era integrada por um complexo sistema de água que ligava, por meio de canais, toda a pavimentação da cidade a reservatórios e represas. (imagem: National Geographic Society)



É a maior represa maia já descoberta. Sua descrição será publicada nessa semana no periódico PNAS (da sigla em inglês para Anais da Academia Nacional de Ciências).



A represa foi construída entre os anos de 250 e 800 para abastecer uma população de quase 100.000 pessoas, número muito maior do que o ambiente poderia suportar se não fosse a intervenção do homem.



Os maias ergueram a barragem usando pedras, cascalhos e areia e a dotaram até de um sistema de purificação da água, feito de caixas de areia de quartzo. Esse minério não é abundante na região e o uso dele mostra o grande esforço na construção e a importância que os maias davam ao armazenamento da água.


Liwy Grazioso, pesquisadora que particpou do estudo, em barragem construída pelos maias sob estrada


As pesquisas em Tikal foram feitas por várias universidades, lideradas pela de Cincinnati, de Ohio, Estados Unidos. Vernon Scarborough, autor do artigo da PNAS, disse que o objetivo geral das escavações era descobrir como os maias conseguiram manter em Tikal, onde há secas periódicas, uma população de 60.000 a 80.000 pessoas.



O mapa mostra a localização dos principais reservatórios e represas de Tikal. A represa do palácio é a maior já vista em uma cidade maia. (imagem: Penn Museum)


“Era um número muito maior do que o ambiente poderia suportar”, disse Scarborough . “Mas eles conseguiram manter uma complexa sociedade por mais de 1.500 anos. Os recursos eram abundantes, mas as ferramentas eram rudimentares”, falou.



Os maias criaram um complexo sistema de coleta e armazenamento de água para manter a população na época de seca. As construções – grandes praças, estradas, prédios e canais – eram construídas de modo inclinado. Assim, toda a água escoava para o sistema de armazenamento de água – como a barragem.



Dupla função - A barragem foi encontrada sob uma estrada comumente usada por turistas que visitam a região. Por um longo período essa construção foi considerada apenas uma estrada. Mas as pesquisas mostraram que ela tinha uma dupla função. Tikal foi um dos maiores centros populacionais da civilização maia e é hoje considerada patrimônio mundial da Unesco.





Fonte: Veja /Ciência Hoje

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