quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Descobertos antepassados distantes dos mamíferos com 256 milhões de anos em Moçambique



Um número indeterminado de novos fósseis de dicinodontes, antepassados distantes dos mamíferos com 256 milhões de anos, foi este mês descoberto em Niassa, no norte de Moçambique, por uma equipe de paleontólogos liderada pelo português Ricardo Araújo.


A descoberta de inúmeros fósseis de animais petrificados em Niassa aconteceu no decurso de uma nova expedição do Museu Nacional de Geologia, no âmbito do Projeto denominado PalNiassa, disse à Lusa o paleontólogo português.


"Os fósseis descobertos são sobretudo de animais extintos chamados dicinodontes, que são antepassados distantes dos mamíferos, logo antepassados também dos homens", afirmou em comunicado enviado à Lusa.

 
"Estas descobertas únicas, não só enriquecem o patrimônio paleontológico moçambicano, mas também permitirão perceber as transformações anatômicas que deram origem ao modelo craniano típico dos mamíferos", acrescenta-se na nota.


No comunicado, a equipe de cientistas de várias instituições e nacionalidades, nomeadamente moçambicanas e portuguesas, assinalou que os primeiros fósseis de vertebrados foram descobertos na região em 1949, e, entretanto, recolhidos pontualmente por brigadas de cartografia geológica nas décadas de 1950, 1960 e 1970.


"Contudo, só 2009 as expedições organizadas pelo Museu Nacional de Geologia (Moçambique) estão focadas sistematicamente em recolhas paleontológicas. Na expedição deste ano, o número e qualidade dos fósseis recolhidos superou largamente as expectativas", assegurou Ricardo Araújo.


O trabalho envolvido no PalNiassa, liderado pelo paleontólogo Ricardo Araújo, Luís Costa Júnior e Rui Castanhinha, é um programa científico multidisciplinar fruto de cooperação internacional que conta com a participação de mais de duas dezenas de cientistas de três continentes diferentes com o objetivo de descobrir, estudar e preservar o patrimônio paleontológico moçambicano.


No ano passado, a mesma equipe do projetoPalNIassa, que pretende impulsionar a investigação científica moçambicana em especial no domínio da paleontologia e estudos avançados, descobriu e publicou um estudo do primeiro fóssil de vertebrado de Moçambique, o "Niassodon mfumukasi", na revista científica internacional PLoSONE. 
 
 
 
 

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