Um par de esqueletos de bebês encontrados no Alasca, com mais de
11.500 anos, dão novas pistas sobre os ritos fúnebres dos povos
primitivos norte-americanos, afirmaram cientistas nesta segunda-feira.
Os corpos "representam os primeiros restos humanos conhecidos do
subártico norte-americano", revelou o estudo, publicado pela Academia
Nacional de Ciências.
Os bebês foram sepultados 40 centímetros debaixo dos restos cremados
de outra criança, em uma cova circular, que também tinha pontas de lança
com hastes decoradas.
Uma análise nos ossos e nos dentes do sítio Upward Sun River, na
região central do Alasca, revelou que um bebê morreu após o nascimento e
que o outro sofreu mortalidade fetal, revelaram cientistas da
Universidade do Alasca, em Fairbanks, e da Universidade John Moores, de
Liverpool.
Os bebês devem ter tido algum parentesco e a datação de rádio-carbono
demonstrou que foram enterrados quase na mesma época dos restos
cremados da criança de três anos que estava acima deles.
Cientistas também descobriram os restos de um peixe similar ao salmão
e de esquilos na cova, sugerindo que o local foi ocupado por
caçadores-coletores entre junho e agosto, quando a comida devia ser
abundante.
Não está claro o que causou a morte das crianças, mas os cientistas
afirmaram que a descoberta dos três sepultamentos em um grupo nômade de
forrageadores sugere que a causa teria sido falta de comida.
Os enterros, encontrados debaixo de uma estrutura residencial, também
apontam para a possibilidade de as pessoas terem permanecido em um
lugar mais tempo do que se acreditava anteriormente.
Pouco se sabe sobre como eram os ritos funerários nas comunidades
humanas primitivas, pois estes povos não tinham linguagem escrita, o que
representa um desafio para os pesquisadores, que precisam juntar pistas
com base no que conseguem observar.
Fonte: Terra
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