Animal era parente dos exemplares conhecidos como 'lagartos Jesus', pela capacidade de andar sobre a água.
Um recém-descoberto fóssil de 48 milhões de anos de uma espécie
conhecida como "Jesus lizard" ("lagarto Jesus"), em função de sua
capacidade de andar sobre a água, pode fornecer uma importante visão
sobre como as mudanças climáticas podem afetar espécies tropicais.
O
material foi encontrado no estado de Wyoming, nos Estados Unidos, e um
estudo detalhado assinado pelo pesquisador Jack Conrad, do Museu
Americano de História Natural, sugeriu semelhanças com espécies que hoje
vivem nos trópicos.
Os parentes modernos desse animal vivem em uma área que se estende do
centro do México ao norte da Colômbia, sobretudo em temperaturas mais
elevadas encontradas na linha do Equador.
Membros de vários grupos
animais, vegetais, fungos e outros atualmente limitados aos trópicos ou
áreas subtropicais são frequentemente encontrados em registros fósseis
de média-alta latitudes, oriundos de períodos quentes da história da
Terra.
O fóssil de 48 milhões de anos foi considerado a primeira descrição
de uma nova espécie, denominada Babibasiliscus alxi por Jack Conrad, que
publicou o estudo nesta quarta-feira na revista "Plos One".
Segundo
ele, pode ser o mais antigo membro do grupo "lagarto Jesus",
Corytophanidae, que inclui iguanas e camaleões. O histórico desses
animais ainda é pouco compreendido, devido ao pequeno número de fósseis
disponíveis para estudo.
O autor sugere que o Babibasilscus alxi era provavelmente ativo
durante o dia e passou muito tempo em árvores. Um cume de osso no crânio
proporcionou uma espécie de sombreiro para os olhos.
Cada pequeno dente
tinha três pontos adequados para comer cobras, lagartos, peixes,
insetos e plantas. Mas, em função de uma maçã do rosto avantajada,
acredita-se que o lagarto teria apreciado presas maiores também.
O autor sugere que o animal tinha cerca de 60 centímetros de
comprimento e pode ter caminhando sobre superfícies aquáticas de
Wyoming, que, na época, teria um clima similar aos trópicos de hoje.
- Dado o nosso atual período de flutuação do clima global, o registro
fóssil nos oferece uma importante oportunidade para observar o que é
possível acontecer e o que esperar da nossa dinâmica na Terra - disse
Jack Conrad.
Fonte: O Globo
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