quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lua de Saturno pode ter 'vulcões de gelo', dizem cientistas



Titã, a maior das cerca de 60 luas de Saturno, pode ter vulcões de gelo ativos ou que estiveram ativos até recentemente, sugeriram observações feitas a partir da sonda Cassini e apresentadas em reunião na União Geofísica dos Estados Unidos, em São Francisco.

Ao invés de expelir lava, acredita-se que estes vulcões liberariam água gelada, amônia e metano.

Segundo Bob Nelson, da Nasa (agência espacial americana), já foram montados muitos modelos teóricos que mostram que o "criovulcanismo" é viável na região mais afastada do Sol no Sistema Solar, "em um objeto do tamanho de Titã".

Observações anteriores de Titã haviam identificado características intrigantes na superfície da lua que sugeriram a presença de criovulcanismo, mas a espessa atmosfera que encobre o corpo celeste sempre dificultou a confirmação do fenômeno, de acordo com Jonathan Amos, repórter de ciência da BBC News.

Mas as evidências da existência de vulcões de gelo aumentam.


Luminosidade


Cientistas da equipe responsável pela Cassini conseguiram localizar duas alterações distintas na luminosidade em dois locais separados na região equatorial de Titã.

As alterações foram identificadas pelo espectômetro da Cassini, quando a sonda sobrevoou Titã entre julho de 2004 e março de 2006.

Em um dos locais identificados, os cientistas encontraram evidências de gelo de amônia, que pode ter vindo do interior de Titã.

"Amônia é um material que muitos acreditam que estaria no interior de Titã, mas não é encontrado na superfície", disse Nelson.

"Então, encontrar amônia na superfície em determinados períodos é uma forte indicação de que materiais do interior estão sendo transportados para a superfície."

Outra razão que leva os cientistas a gostarem da teoria de criovulcanismo é que ela explica a quantidade significativa de metano retida na atmosfera de Titã.

Sem meios de reposição, a concentração original de metano desta lua de Saturno deveria ter sido destruída há muito tempo pela luz ultravioleta do Sol.

Mas nem todos os pesquisadores estão convencidos da idéia de vulcões em Titã.

Jeffrey Moore, um geólogo da Nasa independente da missão Cassini, disse na reunião que o relevo com aparência de fluxo de lava visto na superfície de Titã "pode ser apenas de detritos gelados que foram lubrificados com chuva de metano e transportados (...) em linhas sinuosas como deslizamentos de terra".


Fonte: BBC

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