Um veículo espacial de 510 kg "colidirá" com o nosso planeta em junho de 2010, para simular um choque com asteroide, informaram cientistas japoneses.
A espaçonave Hayabusa está no caminho de retorno à Terra depois de uma missão bem sucedida na qual ela aterrissou em Itokawa, um grande asteroide, do qual conseguiu recolher amostras.
As potenciais amostras estarão a bordo de uma cápsula resistente ao calor que deve se separar da Hayabusa pouco depois da reentrada na atmosfera terrestre, para que possam ser recuperadas.
Mas os especialistas afirmam que a porção principal do corpo da espaçonave provavelmente se desintegrará ao passar pela atmosfera terrestre.
Ainda que a ideia da colisão não fosse parte do plano original da missão espacial Hayabusa, cientistas da Agência Japonesa de Exploração Espacial (Jaxa) decidiram aproveitar ao máximo o retorno da espaçonave condenada, a fim de obter dados adicionais.
"Ainda que a Hayabusa não seja efetivamente um asteroide, estará percorrendo uma rota que a levará a colidir com a Terra da mesma maneira que um asteroide faria", disse Akinori Hashimoto, porta-voz da Jaxa.
"Nós monitoraremos os seus movimentos, e os dados permitirão que predigamos com precisão as rotas futuras de asteroides em seus cursos de aproximação para a Terra".
Uma vigilância melhor
Embora outras agências espaciais tenham programas de rastreamento de asteroides que poderiam atingir a Terra, a Jaxa por enquanto não dispõe de capacidade de vigilância dos chamados "asteroides em proximidade da Terra".
Por isso, uma equipe de cientistas comandada por Makoto Yoshikawa desenvolveu o protótipo de um sistema que calculará a trajetória, tempo, velocidade e probabilidade do impacto de um asteroide.
Em outubro de 2008, a equipe teve a oportunidade de testar seu sistema ao rastrear o asteroide 2008 TC3, uma rocha espacial de cerca de quatro metros de diâmetro que estava a caminho da Terra e foi avistada por cientistas do Observatório Celeste de Catalina, no Arizona, horas antes que se tornasse uma bola de chamas nos céus sobre o Sudão.
O sistema conseguiu prever o momento em que o asteroide penetraria na atmosfera com precisão de 0,5 segundo e 13 quilômetros do momento e posição de entrada.
O retorno da Hayabusa à Terra será mais fácil de rastrear, dizem os cientistas, porque eles terão meses de aviso prévio e informações abundantes sobre as dimensões exatas e a postura em voo do aparelho.
O evento, assim, forneceria à equipe uma oportunidade de corrigir os detalhes de seus cálculos de rastreamento de asteroides.
"Será muito importante que desenvolvamos maneiras precisas de prever onde acontecerá a colisão de asteroides, porque mesmo os menores podem causar grandes danos", disse Hashimoto.
Ele aponta, por exemplo, que um cometa ou meteorito de apenas 59 metros de diâmetro parece ter causado o evento de Tunguska, em 1908.
A detonação, que destruiu vasta extensão de florestas siberianas, foi mil vezes mais forte que a bomba atômica lançada contra Hiroshima em 1945.
O Itokawa, de sua parte, tem 299 metros de diâmetro. Se atingisse a Terra, causaria uma explosão cerca de 150 mil vezes mais forte que a da bomba de Hiroshima.
Fonte: Terra
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