Fóssil de 54 milhões de anos indica que nem todas as atividades realizadas por eles necessariamente desencadearam aumento do tamanho cerebral.
Se comparados com os outros mamíferos, os primatas – dos lêmures até os humanos – possuem cérebros enormes. Mas os cientistas ainda não sabem exatamente o motivo – ou mesmo quando – nossos cérebros incharam.
Estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences postula que, mesmo sem cérebros grandes, os primeiros primatas eram capazes de realizar muitas tarefas próprias da espécie – um achado que questiona muitas das atuais teorias evolucionistas.
Em se tratando dos primatas em geral, “nos primórdios, não tinham um cérebro excepcionalmente grande”, esclarece Jonathan Bloch, curador-associado de paleontologia dos vertebrados do Museu de História Natural da Flórida (pertencente à University of Florida) e co-autor do artigo.
Para explicar a expansão dos cérebros primatas, os pesquisadores apresentaram vários mecanismos possíveis.
Por exemplo, habitar árvores deve ter exigido um maior poder cerebral para a coordenação de músculos e articulações na vida fora do chão.
As mudanças na dieta, como o consumo de frutas em vez de folhas, também podem ter levado a uma maior disponibilidade de calorias para o desenvolvimento cerebral.
No entanto, Bloch e seus colegas propuseram que o dono do raro crânio de 54 milhões de anos, um Ignacius graybullianus (pertencente a um ramo extinto da árvore genealógica dos primatas), já realizava essas tarefas com um cérebro definitivamente não primata.
Não somente o cérebro do I. graybullianus correspondia a dois terços do tamanho cerebral dos menores primatas modernos, como “não se assemelha em nada ao dos primatas”, explica o professor de antropologia evolucionária da Duke University, Richard Kay, que não estava envolvido no estudo, mas foi o primeiro a descrever esse crânio peculiar (em 1989).
Segundo Kay, se forçada a comparação com algum animal moderno, “estaria olhando para um ouriço”.
Bloch e sua equipe usaram tomografias computadorizadas de alta resolução para retratar a cavidade cerebral.
A partir disto, conseguiram criar um modelo completo do cérebro, usando uma impressora tridimensional. “Chegar a uma construção 3D na íntegra é meio que inacreditável”, exalta-se Bloch.
Uma das maiores diferenças, para Bloch e os outros autores, é a extensa região olfatória cerebral, junto com partes menores do lobo temporal, o que ajuda no processamento visual.
“O sentido mais desenvolvido desses animais era o olfato, e não a visão”, ao contrário dos primatas modernos, afirma Bloch.
Embora o I. graybullianus estivesse rumo ao desenvolvimento de um cérebro diferenciado − conforme observa Bloch −, um verdadeiro cérebro de primata não apareceu até o eoceno, 55 a 34 milhões de anos atrás.
As novas descobertas estabeleceram “um importante paradigma”, sentencia Kay. O cientista observa que, até agora, não havia um ponto de partida confiável para a evolução cerebral do primata, restando aos pesquisadores traçar correlações entre a fisiognomonia e o comportamento modernos.
Porém, conclui Kay, “não se pode determinar um padrão de evolução sem saber o que aconteceu no passado”.
Em se tratando dos primatas em geral, “nos primórdios, não tinham um cérebro excepcionalmente grande”, esclarece Jonathan Bloch, curador-associado de paleontologia dos vertebrados do Museu de História Natural da Flórida (pertencente à University of Florida) e co-autor do artigo.
Para explicar a expansão dos cérebros primatas, os pesquisadores apresentaram vários mecanismos possíveis.
Por exemplo, habitar árvores deve ter exigido um maior poder cerebral para a coordenação de músculos e articulações na vida fora do chão.
As mudanças na dieta, como o consumo de frutas em vez de folhas, também podem ter levado a uma maior disponibilidade de calorias para o desenvolvimento cerebral.
No entanto, Bloch e seus colegas propuseram que o dono do raro crânio de 54 milhões de anos, um Ignacius graybullianus (pertencente a um ramo extinto da árvore genealógica dos primatas), já realizava essas tarefas com um cérebro definitivamente não primata.
Não somente o cérebro do I. graybullianus correspondia a dois terços do tamanho cerebral dos menores primatas modernos, como “não se assemelha em nada ao dos primatas”, explica o professor de antropologia evolucionária da Duke University, Richard Kay, que não estava envolvido no estudo, mas foi o primeiro a descrever esse crânio peculiar (em 1989).
Segundo Kay, se forçada a comparação com algum animal moderno, “estaria olhando para um ouriço”.
Bloch e sua equipe usaram tomografias computadorizadas de alta resolução para retratar a cavidade cerebral.
A partir disto, conseguiram criar um modelo completo do cérebro, usando uma impressora tridimensional. “Chegar a uma construção 3D na íntegra é meio que inacreditável”, exalta-se Bloch.
Uma das maiores diferenças, para Bloch e os outros autores, é a extensa região olfatória cerebral, junto com partes menores do lobo temporal, o que ajuda no processamento visual.
“O sentido mais desenvolvido desses animais era o olfato, e não a visão”, ao contrário dos primatas modernos, afirma Bloch.
Embora o I. graybullianus estivesse rumo ao desenvolvimento de um cérebro diferenciado − conforme observa Bloch −, um verdadeiro cérebro de primata não apareceu até o eoceno, 55 a 34 milhões de anos atrás.
As novas descobertas estabeleceram “um importante paradigma”, sentencia Kay. O cientista observa que, até agora, não havia um ponto de partida confiável para a evolução cerebral do primata, restando aos pesquisadores traçar correlações entre a fisiognomonia e o comportamento modernos.
Porém, conclui Kay, “não se pode determinar um padrão de evolução sem saber o que aconteceu no passado”.
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