O ancestral mais antigo do homem já comia carne e era capaz de manipular instrumentos sofisticados, há mais de 3 milhões de anos.
O uso de ferramentas na pré-história está, pelo menos no imaginário coletivo, associado a ancestrais humanos como o Homo habilis e o Homo erectus, mais parecidos com o homem atual.
No entanto, uma descoberta, anunciada, nesta quarta-feira (11/08) na revista Nature derruba esta imagem popular e retrocede a data do uso de ferramentas por nossos ancestrais para cerca de 3,4 milhões de anos – aproximadamente 1 milhão de anos antes do que indicava a última descoberta feita na região de Gona, na Etiópia, que tinha a data de 2,5 milhões de anos.
Naquela época andava sobre a Terra nossa mais antiga ancestral, Lucy, pertencente a espécie Australopithecus afarensis e até então vista como um ser não muito habilidoso.
A descoberta de dois ossos de mamíferos por Shannon McPherron, do Instituto Max Planck na Alemanha, e colegas, mostra que Lucy utilizava ferramentas de pedra para retirar nacos de carne grudados neles e também quebrá-los para comer a medula óssea, muitas vezes chamada de tutano.
As marcas deixadas nos ossos pelas ferramentas são inequívocas e não foram uma surpresa, segundo os pesquisadores.
“Em parte o motivo é que as ferramentas de pedra de cerca de 2,5 milhões de anos mostram um nível de habilidade técnica [em sua construção] que sugere que sua fabricação e uso deva ter começado muito antes”, explicou ela ao iG.
Os ossos foram encontrados na Etiópia, a 200 metros do local onde em 2000 foi achada Selam, uma jovem Australopithecus afarensis de três anos.
O autor da descoberta foi Zeresenay Alemseged que também assina o artigo publicado hoje. O trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa Dikika que ocorre na região etíope de Afar e busca recuperar fósseis de nossos ancestrais, fauna e flora da época para entender como era a vida e o ambiente em que eles viviam.
O trabalho muda radicalmente nossa visão da vida e da evolução do A. afarensis. “Agora sabemos que já nesta época a carne fazia parte da dieta e que esta espécie já havia começado a trabalhar com pedra.
Carne e medula óssea são importantes, pois possuem um valor nutricional maior e podem ter tornado possível a expansão do tamanho do cérebro que ocorreu posteriormente”, afirma Shannon.
Comer carne, no entanto, não foi uma decisão sem riscos para o Australopithecus, de acordo com o estudo de Shannon.
“Esta espécie entrou em competição direta com carnívoros que talvez seriam uma ameaça. Para tomar esse risco deve ter havido uma pressão evolucionária e algum benefício”, pondera.
A descoberta também fez com que surgisse uma série de questões a serem estudadas. Uma das questões se refere a descobrir se a A. Afarensis apenas usava ou se também fazia suas ferramentas de pedra.
A resposta para esta questão ainda está em aberto e necessita de provas, mas Shannon suspeita que nossos ancestrais também fabricavam suas ferramentas há mais de 2,5 milhões de anos. “Pode ser que este uso fosse mais esporádico e oportunista,” pondera.
Fonte: IG
No entanto, uma descoberta, anunciada, nesta quarta-feira (11/08) na revista Nature derruba esta imagem popular e retrocede a data do uso de ferramentas por nossos ancestrais para cerca de 3,4 milhões de anos – aproximadamente 1 milhão de anos antes do que indicava a última descoberta feita na região de Gona, na Etiópia, que tinha a data de 2,5 milhões de anos.
Naquela época andava sobre a Terra nossa mais antiga ancestral, Lucy, pertencente a espécie Australopithecus afarensis e até então vista como um ser não muito habilidoso.
A descoberta de dois ossos de mamíferos por Shannon McPherron, do Instituto Max Planck na Alemanha, e colegas, mostra que Lucy utilizava ferramentas de pedra para retirar nacos de carne grudados neles e também quebrá-los para comer a medula óssea, muitas vezes chamada de tutano.
As marcas deixadas nos ossos pelas ferramentas são inequívocas e não foram uma surpresa, segundo os pesquisadores.
“Em parte o motivo é que as ferramentas de pedra de cerca de 2,5 milhões de anos mostram um nível de habilidade técnica [em sua construção] que sugere que sua fabricação e uso deva ter começado muito antes”, explicou ela ao iG.
Os ossos foram encontrados na Etiópia, a 200 metros do local onde em 2000 foi achada Selam, uma jovem Australopithecus afarensis de três anos.
O autor da descoberta foi Zeresenay Alemseged que também assina o artigo publicado hoje. O trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa Dikika que ocorre na região etíope de Afar e busca recuperar fósseis de nossos ancestrais, fauna e flora da época para entender como era a vida e o ambiente em que eles viviam.
O trabalho muda radicalmente nossa visão da vida e da evolução do A. afarensis. “Agora sabemos que já nesta época a carne fazia parte da dieta e que esta espécie já havia começado a trabalhar com pedra.
Carne e medula óssea são importantes, pois possuem um valor nutricional maior e podem ter tornado possível a expansão do tamanho do cérebro que ocorreu posteriormente”, afirma Shannon.
Comer carne, no entanto, não foi uma decisão sem riscos para o Australopithecus, de acordo com o estudo de Shannon.
“Esta espécie entrou em competição direta com carnívoros que talvez seriam uma ameaça. Para tomar esse risco deve ter havido uma pressão evolucionária e algum benefício”, pondera.
A descoberta também fez com que surgisse uma série de questões a serem estudadas. Uma das questões se refere a descobrir se a A. Afarensis apenas usava ou se também fazia suas ferramentas de pedra.
A resposta para esta questão ainda está em aberto e necessita de provas, mas Shannon suspeita que nossos ancestrais também fabricavam suas ferramentas há mais de 2,5 milhões de anos. “Pode ser que este uso fosse mais esporádico e oportunista,” pondera.
Fonte: IG
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