Desde o início do ano, os ataques de piranhas estão mais frequentes nas praias artificiais de Palmas, capital do Tocantins. Os bombeiros atenderam 58 ocorrências no período --31 só no Carnaval.
O problema é a falta de telas de contenção em algumas dessas praias, criadas com o represamento das águas do rio Tocantins pela usina hidrelétrica de Lajeado.
Preocupado com o alto índice de "mordidas", o Ministério Público Estadual deu 60 dias para a prefeitura instalar as telas na praia do Caju, uma das mais movimentadas da capital, sob pena de interdição do local.
Além das telas, o Ministério Público pede a instalação de placas informativas e mais fiscalização, para que comerciantes não coloquem mesas dentro da água. O objetivo é evitar que a comida atraia os peixes.
A pequena Isabela Rocha de Sousa, 8, levou um susto quando subiu na boia e viu o pé sangrando. "Na hora [da mordida] ela nem sentiu", conta a mãe, Lilian. Elas foram às quatro praias da capital no Carnaval, mas só na do Caju tiveram problema.
Segundo o comandante do grupamento fluvial dos bombeiros, Marcelo Marinho, os ataques deste ano já superam os de julho do ano passado, na alta temporada. As crianças são as principais vítimas --nos adultos, os ferimentos são leves.
Marinho diz que os peixes mordem as extremidades do corpo, como as pontas dos dedos e dos pés. "Nisso leva um pedacinho do dedo. Se é criança, pode até decepar o dedinho", afirma.
O pesquisador do núcleo de estudos ambientais da Universidade Federal de Tocantins, Carlos Sérgio Agostinho, diz que o ataque de piranhas é uma forma de os peixes se defenderem de um possível predador.
A Secretaria de Turismo de Palmas diz que as obras de infraestrutura ainda não terminaram na praia do Caju.
Fonte: Folha.com
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