O mais novo integrante da diversificada fauna de crocodilos pré-históricos do Brasil provavelmente não meteria medo em ninguém, apesar da fama de máquina assassina de alguns de seus parentes do mundo moderno.
É verdade que o "Caipirasuchus paulistanus" tinha uma mordida poderosa,
mas os paleontólogos que descobriram fósseis do bicho afirmam que ela a
usava para fins relativamente pacíficos: cortar raízes de plantas,
quebrar conchas de moluscos e capturar um ou outro vertebrado de pequeno
porte.
A espécie é genuinamente caipira, como sugere o nome, tendo sido
descoberta na zona rural de Monte Alto (cidade do interior paulista a
350 km da capital do Estado).
A criatura foi descrita em artigo na revista científica "Journal of
Vertebrate Paleontology" por Fabiano Iori e Ismar Carvalho, ambos do
Departamento de Geologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro).
Editoria de arte/Folhapress
O "Caipirasuchus" é mais um exemplo da imensa diversidade de crocodilos que povoava o interior paulista na Era dos Dinossauros (no caso da nova espécie, há cerca de 90 milhões de anos).
O ponto em comum entre esses bichos todos era o fato de serem
terrestres, e não semiaquáticos, com membros relativamente eretos e
alongados.
Alguns, porém, eram superpredadores, parecidos com leões ou
lobos; outros tinham armaduras corporais que lembravam as de tatus.
O "C. paulistanus" se destaca por causa de maneira como usava a boca
para agarrar e processar os alimentos. O focinho afilado o ajudava a
"fisgar" as presas, enquanto os dentes de trás eram capazes de triturar
coisas como vegetais duros e raízes.
No geral, seria um onívoro oportunista e ágil, não muito diferente de
criaturas como quatis e gambás (embora, medindo 1,5 m, ele fosse maior
que esses bichos). É um estilo de vida que jacarés e crocodilos não
adotam hoje.
Fonte: Folha.com
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