Escrito por Carlos Mendes
Em 40 anos de jornalismo, já escrevi milhares de matérias sobre temas
polêmicos nos jornais "A Província do Pará", "O Estado do Pará", "O
Liberal", "Diário do Pará", revista "Isto É" e "O Estado de São Paulo",
do qual sou correspondente no Pará há 18 anos.
Conflitos agrários,
devastação da Amazônia, grilagem de terras, extração ilegal de madeira,
chacinas impunes, invasões e exploração em áreas indígenas, tráfico
humano, trabalho infantil, crime organizado, corrupção de poderosos,
violência contra a mulher, tráfico de animais silvestres, biopirataria, e
por aí vai.
Nenhum desses temas, porém, despertou tanta atenção
no meio ao qual pertenço, a imprensa, do que o chamado "Chupa-Chupa".
Luzes misteriosas, vindas não se sabe de onde, que apavoraram a região
entre Santo Antonio do Tauá, Mosqueiro, Baía do Sol e Vigia,
principalmente a cidade de Colares, entre maio de 1977 e junho de 1978.
Cobri os fatos, entrevistei dezenas de pessoas simples, humildes
pescadores e agricultores que me contaram sempre as mesmas histórias:
naves surgiam do céu a velocidades espantosas, pairavam sobre casebres, e
emitiam luzes que sugavam o sangue das pessoas.
Se eram ou não
seres de outros mundos, não entro no mérito. Escrevi as reportagens
baseado nos relatos. Prestes a completar 35 anos, as aparições em
Colares já produziram dezenas de reportagens e filmes, inclusive em
países distantes.
E eu, como o repórter que esteve nos locais dos
acontecimentos, acabei virando tema de reportagens, documentários, e
especiais de TV, como "Globo Repórter", "Linha Direta", também da Globo,
The History Channel, canais da Alemanha, Japão, Canadá e Inglaterra, e
"A História que Veio do Céu", de uma produtora paraense.
Sempre
me perguntam: "você viu os discos-voadores". A resposta, todos já
sabem: "não, não vi". E em cima da resposta, a curiosidade de quem me
ouve fica mais aguçada.
Ufólogos, parapsicólogos, psiquiatras, lançam
suas teorias, plantam suas certezas e descrenças. Para mim, pouco
importa o que pensam sobre a minha participação.
Amanhã, sábado (21), a
TV Cultura volta ao tema. Um repórter virá me entrevistar para uma
edição especial. Direi as mesmas coisas e, dependendo da provocação do
repórter, poderei ou não revelar algo que ainda não falei sobre o
intrigante caso.
O assédio agora é para saber quando finalmente irei
lançar meu livro, contando fatos sobre o "Chupa-Chupa" que nunca revelei
em minhas reportagens.
Uma editora dos Estados Unidos e outra da
Inglaterra já fizeram sondagens sobre a exclusividade da publicação do
livro em outros idiomas além do Português.
Estou estudando as propostas. Não tenho pressa.
Fonte: Rádio Tabajara
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