Tipo de lagarto nativo da Jamaica (Foto: Joseph Burgess, Penn State University)
Tipo de lagarto nativo de Antigua (Foto: Karl Questel, Penn State University)
Foram descobertas 24 novas espécies de lagartos nas Caraíbas. Há 200 anos que não eram descritas tantas de uma só vez.
Tipo de lagarto nativo de Antigua (Foto: Karl Questel, Penn State University)
Foram descobertas 24 novas espécies de lagartos nas Caraíbas. Há 200 anos que não eram descritas tantas de uma só vez.
As espécies descritas nesta segunda-feira, na revista Zootaxa, pertencem à família Scincidae,
uma das que tem mais lagartos, com cerca de 1200 espécies conhecidas.
Os lagartos desta família terão chegado há 18 milhões de anos às ilhas
das Caraíbas, vindos do continente africano, em cima de bocados de
vegetação à deriva no oceano, conta Blair Hedges, biólogo da
Universidade de Penn State, na Pensilvânia, e coordenador desta equipe.
As novas espécies foram identificadas através do estudo de espécimes de museus, de análises genéticas e da observação atenta dos próprios animais recolhidos na natureza.
“Agora, um dos grupos mais pequenos de
lagartos desta região do planeta tornou-se um dos maiores”, disse Blair
Hedges, em comunicado.
Na verdade, todos os anos cerca de 130 espécies de répteis de todo o mundo são acrescentadas à lista de espécies conhecidas, através de dezenas de artigos científicos.
Mas já
desde o início do século XIX que não eram descritas mais de 20 espécies
de uma só vez. “Ficámos completamente surpreendidos.”
Estes
répteis do Novo Mundo são únicos entre os lagartos, porque produzem uma
placenta semelhante à dos humanos, ou seja, um órgão que liga
directamente a cria aos tecidos da progenitora que lhe fornece os
nutrientes.
“Existem outros lagartos que também dão à luz, mas apenas
uma pequena fracção dos lagartos da família Scincidae produz uma
placenta e tem um período de gestação que pode ir até um ano”,
acrescentou Blair Hedges.
Este período gestacional tão longo pode dar
uma vantagem competitiva a predadores, uma vez que as fêmeas dos
lagartos são, durante esse tempo, mais lentas e mais vulneráveis.
As
24 espécies só agora foram descobertas, porque já quase tinham
desaparecido das ilhas no início do século XX, explica Hedges. “Desde
essa altura que as pessoas quase nunca as viam e, por isso, era pouco
provável que as estudassem.”
Metade das novas espécies agora
identificadas já estará extinta ou à beira da extinção, alertam os
investigadores.
Mais do que o abate das florestas, a principal razão
parece ser um pequeno carnívoro predador, da família dos sacarrabos,
introduzido nas ilhas em 1872, vindo da Índia, para acabar com a praga
que eram os ratos nas plantações de cana-de-açúcar.
Agora, os
cientistas esperam utilizar estas informações para definir planos de
conservação e estudar melhor as capacidades de adaptação dos lagartos da
família Scincidae aos diferentes habitats.
Fonte: Público
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