Estudo indica que espécies se diferenciaram no processo de evolução muito antes que se pensava.
Já sabíamos que os ursos polares haviam evoluído como uma espécie
diferente dos ursos pardos. Um novo estudo genético envolvendo o animal,
porém, mostra que o maior predador do Ártico se "separou" do seu irmão
há cerca de 600 mil anos, muito antes do que se imaginava.
A pesquisa, publicada na revista Science da quinta-feira,
porém, novamente alerta para os riscos que a espécie corre com o
aquecimento global.
Segundo o estudo, os ursos polares levaram um longo
tempo para se adaptar ao clima frio e terão, portanto, que passar por um
novo processo de adaptação conforme as calotas polares se derretem,
reduzindo as plataformas de gelo vitais para sua sobrevivência.
Apesar de serem espécies diferentes no que diz respeito ao tamanho, à
pele e ao pelo, além de comportamento, dentição e em várias outras
características, pesquisas antigas afirmavam que ursos polares e pardos
haviam se "separado" no processo de evolução há poucos anos. Esses dados
tiveram como base o estudo da linhagem de partes dos DNA das espécies.
Mas o novo estudo de Frank Hailer, do Centro de Pesquisa de Clima e
Biodiversidade da Alemanha, aponta uma conclusão diferente. Ele e seus
colegas afirmam que as espécies tomaram rumos diferentes no processo de
evolução muito antes do que se pensa.
"Os estudos anteriores sugerem que os ursos polares tiveram de
evoluir muito rápido, já que são uma espécie jovem. Mas o nosso
considera muitos outros aspectos aos quais tiveram que se adaptar, e faz
mas sentido do ponto de vista evolucionário que a espécie seja mais
velha", afirma.
Os cálculos de sua equipe coloca o momento da separação das duas
espécies no período Pleistoceno, quando as temperaturas do planeta
baixaram como há tempos não ocorria. Pode ser coincidência, mas o
resfriamento do planeta também pode ter acelerado a separação.
O estudo indica que o processo de adaptação dos ursos polares foi
provavelmente lento, mas também significa que eles passaram por fases de
aquecimento do planeta antes.
"Se eles se extinguirem nesta fase atual
de aquecimento, vamos ter que refletir sobre nosso papel nesse processo.
Nas fases anteriores, eles conseguiram sobreviver. A diferença é que
agora há o fator humano", afirma Hailer.
Fonte: Estadão
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