Entre 2,5 e 5% das ninhadas das espécies estudadas podem ter sido geradas através da partenogênese
AFP
Uma forma de nascimento virgem foi encontrada nos vertebrados
selvagens pela primeira vez. Pesquisadores americanos da Universidade de
Tulsa flagraram fêmeas grávidas de duas espécies de cobra e analisaram
as ninhadas.
Descobriu-se que as víboras da América do Norte podem ser
reproduzidas sem um macho, em um fenômeno chamado de partenogênese
facultativa, observado anteriormente apenas em cativeiro.
Foram
investigados os nascimentos virgens em populações selvagens de duas
espécies de cobras distantes geograficamente.
Para isso, capturaram
copperheads e cottonmouths grávidas em áreas onde os machos estavam
presentes. Das 22 da primeira espécie, pelo menos uma apresentou o
fenômeno. O processo também ocorreu em uma das 37 da segunda.
Os
cientistas dizem que a descoberta pode mudar a maneira como se avalia a
reprodução animal e a evolução dos vertebrados. Achava-se que era algo
extremamente raro encontrar na natureza uma espécie que se reproduz
assexuadamente.
Identificado primeiramente em galinhas domésticas, os
nascimentos virgens têm sido noticiados recentemente em espécies de
cobra, tubarão, lagartos e aves.
Todos, porém, foram flagrados em
cativeiros, em que as fêmeas eram mantidas separadas dos machos.
Nascimentos virgens em vertebrados costumam ser avaliados como novidades
evolutivas. Warren Booth, autor do estudo, contesta esta visão.
—
Que entre 2,5 e 5% das ninhadas dessas espécies possam ter sido geradas
através da partenogênese nos surpreendeu. É algo que chama a atenção
para um fenômeno que costuma ser visto como novidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário