As acusações de feitiçaria por curandeiros, que culminavam com as mortes
com recurso a catanas e outros instrumentos contundentes, cessaram na
região de Daque, distrito de Mágoè, província de Tete, mercê das ações
de sensibilizações levadas a cabo por líderes comunitários.
Francisco
Clemente, líder do primeiro escalão em Daque, explicou que outrora os
curandeiros eram os principais causadores de mortes, porque acusavam as
pessoas de feiticeiras, as quais, em retaliação, pegavam em catanas,
machados e outros instrumentos e matavam os acusados.
Os indivíduos
tidos como bruxos eram na sua maioria idosos, pais ou outros parentes, a
quem os filhos, após as consultas aos curandeiros, acusavam, fazendo fé
nas palavras dos curandeiros.
“Era um problema frequente e
preocupante e por vermos que a atitude não estava a contribuir para o
bem-estar das famílias, iniciamos um trabalho de sensibilização dos
curandeiros, de modo a não fazer as acusações, mas sim tratar a doença e
uma vez estando a acatar as nossas mensagens, a situação abrandou e já
vivemos ambiente tranquilo na nossa zona de Daque” – garantiu Clemente.
Acrescentou
que “estávamos a perder muitas pessoas, porque os filhos matavam os
seus pais. Vimos que isso não dava nada, porque muitas vezes as
acusações eram falsas, logo as pessoas eram mortas inocentemente.
Perdíamos muito visto que as crianças doentes também acabavam morrendo.
Era uma situação triste”.
O que disse Clemente foi comungado por
Fernando Semo e Jasten Zulassa, líderes de segundo escalão daquela
região de Daque, os quais fazem das ações de sensibilização dos
curandeiros para a mudança de atitudes que em nada ajudam para o sossego
das famílias.
“Pensamos que isso pode ser copiado por outros
curandeiros, tanto no nosso distrito, como noutros da província e do
país em geral, porque, temos acompanhado que os velhos estão a ser
mortos por seus filhos ou netos, porque são acusados de serem
feiticeiros” – disse Semo.
Fonte: Diário de Moçambique
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