Ilustração mostra um dos conceitos de desenho do novo veículo-robô, que terá como base o bem-sucedido chassi do Curiosity
Nasa
Agência espacial anuncia novo veículo-robô que vai explorar o planeta a partir de 2020.
A Nasa anunciou na noite de terça-feira que pretende lançar um
novo veículo-robô para explorar Marte a partir de 2020.
Ainda sem nome,
ele vai se juntar ao Curiosity, que chegou no planeta vermelho em agosto
deste ano, e ao Opportunity, ainda em operação na superfície mais de
oito anos depois de pousar na planície equatorial marciana de Meridiani
Planum em 2004.
O novo projeto se encaixa nos planos da agência
espacial americana de enviar uma missão tripulada a Marte na década de
2030, podendo inclusive guardar amostras para retornarem à Terra com os
astronautas.
Mas ele também atraiu críticas de alguns especialistas,
preocupados com o futuro da exploração de outros destinos no Sistema
Solar diante dos cortes de orçamento que afetaram a divisão de ciências
planetárias da Nasa, no valor de mais de US$ 300 milhões apenas para o
ano de 2013.
- Com esta próxima missão, vamos assegurar a
liderança dos EUA na exploração do planeta vermelho e ao mesmo tempo dar
um passo significativo para enviar humanos para lá nos anos 2030 –
justificou Charles Bolden, administrador-chefe da Nasa.
O novo
veículo deverá ser construído sobre o bem-sucedido chassi do Curiosity,
podendo inclusive usar peças sobressalentes dele, o que a Nasa acredita
que reduzirá os custos da missão para US$ 1,5 bilhão (a do Curiosity
custou US$ 2,5 bilhões) de forma a enfrentar as restrições
orçamentárias.
Ainda não está decidido quais serão os instrumentos que o
robô levará a bordo e também há a possibilidade de o próprio
equipamento lançar as amostras recolhidas para a Terra, dispensando a
espera pelos possíveis futuros astronautas e atendendo à demanda de
parte da comunidade científica que indica esta como a principal
prioridade de uma próxima missão.
- A comunidade científica já
enviou uma mensagem muito clara sobre qual deve ser o conteúdo da
próxima missão à superfície de Marte, que é o de recolher amostras que
virão para a Terra – disse Steve Squyres, cientista planetário da
Universidade de Cornell, nos EUA. - Essa é uma condição necessária para
esta missão.
Já John Grunsfeld, diretor científico da Nasa que fez
o anúncio da nova missão durante a reunião de outono da União Americana
de Geofísica, que acontece esta semana em São Francisco, preferiu
destacar a possibilidade de a agência continuar a buscar inovação
enquanto se mantém dentro dos limites impostos pelo seu orçamento.
Ele
também informou a prorrogação da missão do Curiosity, inicialmente
prevista para durar dois anos, até 2020.
- O desafio de
reestruturar o Programa de Exploração de Marte saiu dos sete minutos de
terror do pouso do Curiosity para o início de sete anos de inovação –
disse. - Este conceito de missão se encaixa no orçamento corrente e
projetado para exploração de Marte, soma-se às excitantes descobertas do
Curiosity e tira vantagem de uma janela de lançamento favorável.
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