segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vertebrado que utiliza algas em suas células para produzir energia é descoberto



Quando falamos de animais, as questões podem ser literalmente estranhas e inesperadas.


Existe uma grande fonte de energia que eles ignoram diariamente – o Sol –para obter a energia necessária para seus metabolismos através da alimentação e não diretamente da luz, como fazem as plantas.


Alguns exemplos inusitados podem ser citados: existem corais que vivem em associação com algumas algas e eles se aproveitam dos açúcares que elas produzem. 
 
 
Mas, os corais não são os únicos. Diversos organismos como lesmas-do-mar e esponjas possuem o mesmo comportamento. 
 
 
Existe até mesmo um tipo de vespa que converte energia solar em eletricidade e um tipo de pulgão que consegue usar a luz solar para produzir seu próprio alimento, embora alguns especialistas não estejam completamente convencidos.


Mas, até então, nenhum vertebrado foi encontrado com o poder de usar diretamente a luz solar. Bem, até agora. Há muito tempo já se suspeitava de uma salamandra, espécie Ambystoma maculatum, mas agora os cientistas possuem provas.


Todos nós sabemos que as plantas produzem alimentos através da fotossíntese, absorvendo luz e convertendo essa energia, transformando dióxido de carbono e água em glicose e oxigênio.


No ano de 1888, o biólogo Henry Orr divulgou que os ovos dessa salamandra continha algumas unidades de uma alga unicelular chamada Oophila amblystomatis. 
 
 
As salamandras colocavam seus ovos em poças d’água contendo essas algas e elas “colonizavam” rapidamente os ovos em poucas horas. 
 


No ano de 1940, biólogos suspeitavam de que existisse algum tipo de relação simbiótica entre os embriões e as algas. 
 
 
A teoria dizia que as algas se alimentavam dos dejetos dos embriões e estes, por sua vez, se aproveitavam do oxigênio liberado por elas. A teoria era reforçada pela altíssima taxa de nascimentos – quase nenhuma salamandra morria.


Em 2011 as teorias foram reforçadas através de um exame muito minucioso dos ovos, revelando que as algas viviam dentro dos embriões e, em alguns casos, dentro das células embrionárias. 
 
 
Isso mostrou que os embriões não apenas consumiam o oxigênio liberado pelas algas, mas também a glicose. As algas estariam funcionando como uma “usina de geração de combustível” para as pequenas salamandras.


As pesquisas avançaram com o cientista Erin Graham, da Universidade Temple, na Pensilvânia, EUA. Ele e seus colegas colocaram ovos de salamandra em água utilizando carbono-14 radioativo. As algas incorporavam os isótopos na forma de dióxido de carbono, e a glicose formada tornava-se radioativa também.


Os embriões tornaram-se levemente radioativos, isso mostrou que o fenômeno só poderia ter ocorrido se os embriões estivessem consumindo a glicose através das algas.


Não foram encontradas evidências de que as algas são vitais para os embriões, mas elas são extremamente úteis. 
 
 
“A taxa de sobrevivência é muito menor e seu crescimento é retardado”, declarou Graham sobre as salamandras que foram criadas sem as algas. 
 


Os pesquisadores ainda não sabem como as algas entram nas células das salamandras, mas os cientistas acreditam que diversos outros animais possam se aproveitar do mesmo mecanismo. 
 
 
Todos os vertebrados que botam seus ovos em poças d’água podem passar pelo menos processo, teoricamente.
 
 
 
 

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