As moedas e barras de ouro retratam três séculos de história luso-brasileira, desde o reinado de dom João IV até o de dom Pedro II, imperador do Brasil.
Uma exposição inédita exibe pela primeira vez ao público
peças raras de uma valiosa coleção que fazem parte da história do
Brasil colonial e imperial.
A mostra BES Numismática e o Brasil, aberta
nesta quinta-feira no Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro,
reúne 150 moedas e barras de ouro, selecionadas entre os 13 mil itens
do acervo do Banco Espírito Santo, uma das mais importantes instituições
financeiras portuguesas. A exposição é um dos eventos do calendário do
Ano de Portugal no Brasil, que será celebrado até junho.
Nem mesmo em Portugal, onde a coleção está depositada,
as raridades agora expostas na Casa do Trem, uma das edificações
históricas do MHN, foram mostradas ao público.
As moedas e barras de
ouro retratam três séculos de história luso-brasileira, desde o reinado
de dom João IV (1640-1656) até o de dom Pedro II, imperador do Brasil
(1831-1889). Foram selecionadas entre as cerca de 2 mil peças de ouro do
Brasil que intregram a coleção portuguesa.
Durante o período colonial, a atividade de cunhagem de
moedas foi intensa no Brasil, que com a sua produção de ouro e diamantes
era a joia da Coroa lusa.
Os invasores holandeses, no entanto, foram os
primeiros a cunhar moedas, no Recife. Mais tarde, os portugueses
instalaram quatro casas da moeda: em Pernambuco, na Bahia, no Rio de
Janeiro e em Minas Gerais.
"A numismática é uma ciência documental e testemunho
histórico. A partir do fim do império, a maior parte da produção
numismática brasileira ficou restrita a apenas alguns círculos", disse o
comissário-geral do Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa.
Segundo ele, com a exposição o Ano de Portugal no Brasil pretende
difundir o estudo e o colecionismo de moedas, "pontuado pelo encontro
histórico, econômico e cultural entre os dois países".
A peça 1822R, cunhada por ocasião da coroação de dom
Pedro I como Imperador do Brasil, no Rio de Janeiro, é o item mais
importante da coleção em exibição no MHN.
Também merecem destaque a
dobra cunhada em 1733 no Rio, com apenas três exemplares no mundo; as
peças de 6.400 réis cunhadas na Bahia, em 1729 e 1730; e a barra de ouro
Goiás de 1790, todas com exemplares únicos na mostra.
Há ainda raríssimos florins em ouro do domínio holandês,
cunhados entre 1630 e 1654 em Pernambuco.
A mostra é complementada com a
projeção de vídeos e apresentação de peças relacionadas à numismática,
como balanças de precisão e sacos para o transporte de moedas.
Segundo a direção do museu, a escolha da Casa do Trem
para abrigar a exposição tem um significado especial neste ano de 2013,
em que a edificação comemora 250 anos do término de sua construção. A
Casa do Trem, na época colonial, era usada como arsenal das tropas
portuguesas que protegiam a cidade.
A própria coleção de numismática do Museu Histórico
Nacional está alocada na Casa do Trem. Considerada a maior do gênero na
América Latina e uma das mais importantes do mundo, compreende mais de
146 mil peças, entre moedas, valores impressos, medalhas, ordens
honoríficas e filatelia.
A exposição BES Numismática e o Brasil fica em cartaz
até 20 de junho e pode ser vista de terça a sexta-feira, das 10h às
17h30, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.
Os ingressos
custam R$ 8, mas aos domingos a entrada é grátis. O Museu Histórico
Nacional fica na Praça Marechal Âncora, no centro do Rio.
Fonte: Terra
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