terça-feira, 2 de julho de 2013

Crocodilo que habitou o país há 80 milhões de anos é descoberto em SP

Pesquisador mostra parte do crânio encontrado em uma fazenda do interior paulista


Ilustração mostra como seria a aparência do Gondwanasuchus scabrosus: apesar de não medir mais que 1,3m, o animal era um predador forte e voraz


Com dentes afiados e cara de mau, o réptil foi apelidado de tinhoso pelos especialistas.


Olhos grandes, focinho fino e afiados dentes à mostra. A cara de mau pertence ao tinhoso, um primo pré-histórico dos crocodilos e jacarés descoberto na Bacia Bauru por uma equipe de paleontólogos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. 


O trabalho que encontrou o fóssil do novo integrante da família de crocodiliformes foi divulgado na semana passada pela revista Cretaceous Research. Predador e carniceiro, o Gondwanasuchus scabrosus — como a espécie foi cientificamente batizada — viveu há 80 milhões anos na região onde hoje fica o Brasil, mais especificamente os estados de São Paulo e Minas Gerais. 


Conviveu com dinossauros e outras seis espécies terrestres da família Baurusichidae, à qual pertence.


A descoberta foi feita durante escavações na Fazenda Buriti, localizada no município paulista de General Salgado. Lá, foram achados um crânio e uma mandíbula quase completos e em ótimo estado de conservação. 


Depois de examinar a aparência do bicho, o professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) Thiago Marinho e o pesquisador da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) Fabiano Iori decidiram apelidá-lo de tinhoso. 


“Quando o olhamos lateralmente, notamos que os ossos acima das órbitas oculares são inclinados, e isso dá a ele uma cara de mau, de tinhoso. Os dentes são comprimidos e têm serrilhas nas bordas anterior e posterior, como uma faca de cortar carnes. Então, além da cara, ele tinha armas que justificavam o apelido”, conta Marinho.  




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