sábado, 28 de dezembro de 2013

Mistério em torno da inacreditável teia encontrada na Amazônia foi parcialmente resolvido






Há alguns meses o mundo científico ficou intrigado com fotografias tiradas na região amazônica do peru.


Tratava-se de estruturas como se fossem fortalezas feitas de teia com algo que parecia ser uma torre cercada por uma cerca branca. Como já dissemos aqui, até o momento, ninguém foi capaz de identificar as estruturas.


William Eberhard, um entomologista do Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian disse ao Wired que ele não tinha ideia do que fez ou o que era aquilo.


Norm Platnick, curador emérito de aranhas no Museu Americano de História Natural, acrescentou: "Eu vi a foto, mas não tenho ideia que animal pode ser responsável".


Linda Rayor, da Universidade de Cornell, arriscou um palpite de que poderia ser um "lacewing (insetos ou grupos de insetos que se caracterizam por possuírem asas finas com veias que se assemelham com folhas)", mas admitiu que ela também não sabia, de fato, o que era.


Alguns sugeriram que ele foi criado pela família ou espécie Urodidae, mais conhecidas como falsas traças, famosas por tecerem casulos em forma de cesta, ou que é um casulo incompleto, ou o trabalho de uma mariposa da família Bucculatricidae.


Essa semana o mistério acabou, ao menos em partes. Cientistas foram até a Amazônia para descobrir o que são essas estranhas estruturas.


Pequenas amostras de diferentes fases da estrutura foram coletadas, bem como diferentes superfícies onde elas foram construídas. 
 
 
A maioria delas foi encontrada em árvores de Cecropias (Embaúbas). Não se sabe se existe alguma ligação com a superfície, pois existem fotos em bambus, em um tronco de gengibre, folhas mortas e vivas e até mesmo em uma lona azul no centro de pesquisa, todas elas medindo, em média, meio centímetro.


Ao longo dos dias (e noites), o retorno das viagens para a ilha trouxe o número total visto para algo em torno de 40. Metade das estruturas foi construída em árvores de Cecropia. Muitos estavam em bambus, alguns estavam em folhas. E a maioria deles parecia ser em grupos contendo entre dois e seis estruturas.


"A única coisa que é consistente é que eles estão em grupos", disse Geena M. Colina, um assistente de pesquisa no Museu de História Natural da Flórida.


Depois de varias fotografias bem próxima, uma em especial do cone central derrubado, leva a hipótese de que a estrutura guarde ovos no seu interior. 
 
 
Fotos de alta resolução revelaram o que parecia ser realmente um ovo em sua base, talvez um indício de que a torre poderia ser um elaborado saco de ovos.


Mas isso não faz sentido muito óbvio também. "Por que não colocar mais de um ovo?", perguntou Lary Reeves, um entomologista e biólogo da Universidade da Flórida. 
 
 
As câmeras superpotentes também captaram algo intrigante: ácaros minúsculos estavam rastejando por dentro e nas cercas, isso seria uma pista ou algo para deixar os cientistas mais confusos.


Os cientistas Reeves e Torres coletaram algumas das estruturas e trouxeram de volta para o centro de pesquisa. Eles isolaram as torres e esperaram que algo ocorresse. 
 
 
Fotos adicionais feitas no alojamento mostraram pequenos sacos consistentemente escondido dentro da base das torres, e mais ácaros pequenos rastejando ou presos nas cercas.


Com base na seda descartou-se a hipótese de que as estruturas fossem feitas por borboletas, traças ou fungos. 
 
 
Eles debateram se as estruturas poderiam ter sido feitas por ácaros (não muito provável, dado como os ácaros são pequenos), ou se a seda fina apontasse para uma aranha, o mais provável é que a última opção seja a correta.


Finalmente, em 16 de dezembro quando os cientistas estavam se preparando para deixar a floresta sem uma resposta, dois dos ovos eclodiram e viram-se dois pequenos filhotes correndo ao redor da base das estruturas. 
 
 
"Nós estávamos animados sobre isso, mas ainda hesitante", disse um dos pesquisadores, ressaltando que a maior parte de suas hipóteses até agora tinha caído completamente.


No dia seguinte, um terceiro ovo chocado produziu outra pequena aranha. "Isso realmente confirmou tudo para mim", disse Torres.



Agora, mesmo que a equipe tenha a certeza de que eles estão olhando para uma espécie de berçário de aranha, eles ainda estão confusos. Para começar, uma aranha, que deposita apenas um ovo em um local particular é excepcionalmente rara.


"Tradicionalmente, a fêmea deposita um monte de ovos, envolve muito bem, senta-se e o protege", disse Torres. "Este é o tipo contrário", e a quantidade de investimento parental nas estruturas é imensa, considerando-se o único “spiderling” ou aranha-bebê dentro. 
 
 
O mistério ainda continua com a questão da identidade da aranha. Poderia ser uma aranha saltadora pela forma do corpo dos filhotes se assemelharem ao da família Salticidae, e eles têm dois olhos gigantes como os das aranhas saltadoras. 
 
 
Mas o resto de seus olhos não estão completamente no lugar certo. Pode ser também de aranhas-cadáver, que camuflam seus ninhos com restos de suas presas.


Próximo a alguns grupos desses “berçários” foram encontrados vários ninhos de aranhas-cadáver. Fica agora a pergunta: Será uma nova espécie rara? Vamos aguardar novidades dos pesquisadores nessa aventura pelo conhecimento biológico.

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